sábado, 24 de novembro de 2012

Sete sete-setes, XII

     Fins de julho, e as postagens dos amigos continuavam a aquecer, em pleno inverno, as noites frias da minha lira com seus versos e prosas inspiradores, gerando mais sete sete-setes...


Orquídeas de 7 de setembro. Foto: Rodolfo Barcellos
XII.7- Ma, 2/8/12
Arte é coisa que se sente
Não é coisa de entender
Quem diz o contrário mente
Muitas vezes sem querer;
E quem fica indiferente
Faz parte daquela gente
Que não sabe o que é saber.

XII.6-Sissym, 30/7/12
Tu és musa e poetisa
Inspiradora de mim
Com tua rima precisa
Do início até o fim
És canto de passarinhos
És guia dos meus caminhos
És simplesmente Sissym!

XII.5- Graça, 27/7/12
As sementes de estrelas
Que esparges em céu fecundo
Não demorarás a vê-las
Em flores de luz no mundo;
E tu terás a alegria
De jardinar poesia
No amor mais belo e profundo!

XII.4- Marilene, 26/7/12
A mesma chave que prende
É também a que liberta;
Basta, para quem entende,
Girar na direção certa.
Se insistirmos na errada
Por certo será fechada
A porta que estava aberta.

XII.3- Sissym, 25/7/12
Há fadas sem um começo
E existe a fada sem fim
Algumas eu não conheço
Mas sei bem quem é Sissym;
É a fada cuja magia
Nos faz voar na poesia
Sem pó de pirlimpimpim.

XII.2- Marilene, 25/7/12
Esperar com esperança
O momento de dançar
E dançar passos de dança
Nos compassos do amar;
Quem espera sempre alcança
E esse belo amor criança
Por certo não vai tardar.

XII.1- Milene, 22/7/12 (Quiosque)
Te dou meu amor amigo
Por tua amizade amorosa
Não desdirei o que digo
Quero o espinho e a rosa
Se me sorris muletante
Te sorrirei bem galante
E seremos verso e prosa!

Niterói, novembro de 2012
Rodolfo Barcellos

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Niterói

     Diz ele que não acredita em Deus. Mas acho que Deus não se incomoda com isso. E certamente Deus acredita nele.
     Ele tem obras assinadas espalhadas pelos cinco continentes. Famoso, rico, respeitado, Oscar Niemeyer poderia ter escolhido qualquer lugar do mundo como residência. Preferiu Niterói.
*   *   *   *   *
     Não é preciso entender de arquitetura ou ter senso artístico refinado. Basta ser um pouco observador para notar o perfeito paralelismo entre as inclinações da encosta sudeste do Pão de Açúcar, no Rio, e a parede do Museu de Arte Contemporânea, em Niterói.
Imagem: http://www.macniteroi.com.br/?page_id=29
     Não é coincidência. Disse Niemeyer: "Como é fácil explicar este projeto! Lembro quando fui ver o local. O mar, as montanhas do Rio, uma paisagem magnífica que eu devia preservar."

     Fundada em 1573 pelo cacique temiminó Araribóia, Niterói comemora mais um ano em 22 de novembro. E tem o que comemorar. O censo de 2010 aponta:
- Praticamente 100% do município tem água tratada;
- 95% do território de Niterói é coberto pelo tratamento de esgoto, enquanto a média nacional é inferior a 20%;
- 97,7% da população acima de quinze anos é alfabetizada.
     É claro que a cidade não está livre das mazelas urbanas do nosso tempo. A especulação imobiliária, o caos no trânsito e o crescimento da violência ligada ao tráfico são problemas desafiadores.
     Mas eu gosto daqui. E o Niemeyer também.
     Parabéns, Niterói!

Niterói, novembro de 2012
Rodolfo Barcellos

     PS: Hoje estou com a consciência negra... por que será?

sábado, 17 de novembro de 2012

Trovas 181-190

     Em fins de maio, cheguei à marca de 190 trovas. E como sempre, as trovas-comentários formaram a imensa maioria, o que significa que os amigos comentados são, de certa forma, co-autores e parceiros... obrigado a todos.
     Ah, como de costume uma "trova que não é trova" furou o esquema de segurança... e a 182, da Marilene, veio para a festa em trajes menores - em vez do longo, em redondilhas maiores, exigido pelo protocolo trovadorístico. E ainda mais, sem verbo algum!
Foto: O voo do sebinho - R. Barcellos
190- Marcia, 30/5/12
Quisera em dobro dar-te
Todo o teu amor bendito;
Mas como posso amar-te
O dobro do infinito?

189- Ma, 30/5/12
Vou cantar aos quatro ventos
Esta abençoada mão tua
Que molda os quatro elementos
Dando vida à argila crua!

188- Severa, 30/5/12
É isso o que você é
É isso que você faz
É poetisa de fé,
É escritora VIVAZ!

187- Marcia, 29/5/12
Vamos desfrutar, querida,
Na vida o que nos enleva,
Pois só se leva da vida
A vida que a gente leva...

186- Marilene, 28/5/12
O amor é sempre lindo,
É o mais belo ato humano;
Mas quando o programa é findo
Sem aplausos cai o pano.

185- Tatiane, 28/5/12
És poetisa dos traços
És desenhista dos versos;
Rabiscas todos espaços
Versejas mil universos!

184- Tatiane, 27/5/12
Se transborda na alegria,
Na tristeza é vazamento;
Ora o pranto é poesia,
Ora é puro sentimento...

183- Mariza, 26/5/12
Nesta trovinha não cabe
Todo o encanto deste amigo
Que de teu valor já sabe.
Parabéns... e mais não digo.

182- Marilene 25/5/12
Pesadelo intenso
Cinza em aquarela
Lágrimas no lenço
Óleo sobre tela...

181- Carla 25/5/12
É tempo de mil lembranças,
De nos sentirmos crianças,
De tantas saudades mansas...
É tempo de esperanças!

Niterói, novembro de 2012
Rodolfo Barcellos

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Do Inferno ao Paraíso


Qual novo Dante, te perdeste um dia
Nos círculos mais baixos do inferno
Que a teus filhos semelhava o inverno
Tanto mais fundo mais a alma esfria.

Novos Virgílios tendo como guia
Surgidos neste épico moderno
Para livrar-te do suplício eterno
Em cada etapa um timoneiro ia.

Teus argonautas, com um novo alento,
Honraram teu pendão, em juramento,
Lutando com amor e com paixão.

E hoje a galera lança ao vento
O brado que estremece o firmamento:
Ó Fluminense! És tetracampeão!

Niterói, novembro de 2012
Rodolfo Barcellos

Licença Creative Commons O soneto "Do Inferno ao Paraísoestá licenciado sob uma licença Creative Commons Atribuição-SemDerivados 3.0 Brasil. É livre a cópia e a distribuição, mesmo em publicações de caráter comercial, respeitados os créditos e a forma original do poema. A imagem é da Globoesporte.com e não está incluída nessa licença.

PS: A poderosa mandala tricolor, presente da Ma Ferreira, tem acompanhado os melhores momentos do Flu e influenciado com seu magnetismo mágico o desempenho do time. Peço perdão à querida amiga palmeirense - esqueci de desligá-la no último jogo...

sábado, 10 de novembro de 2012

Sete sete-setes, XI

     Olha aí mais sete sete-setes... e a XI.2 estava perdida pelos arquivos do meu PC. Nem sei se tem dono - se tiver, me avise.
Foto: Rodolfo Barcellos
XI.7- Denise, 15/7/12
Poesia que brota d'alma
De uma outra Poesia
E traduz em paz e calma
O viver de cada dia
Espalhando no caminho
O calor do seu carinho
Aquecendo a tarde fria...

XI.6- Milene (MSN), 9/7/12
Já fui no teu Relicário
Tantas vezes que nem sei;
Vi as cores ao contrário,
Muitas outras mais verei.
Muda as vestes amiúde
Disputando ao Inquietude
"Marrai filidô sô rei"!

XI.5- Leonel, 8/7/12
Como um astro cintilante
Que retorna ao perigeu
Como aniversariante
Pois há dois anos nasceu,
Esse Asteroide errante
Será sempre "acertante"
Para o fã-clube seu!

XI.4- Regilene, 7/7/12
São como cara e coroa
O prazer e a agonia,
A hora ruim e a boa,
Também a dor e a alegria.
A moeda tem dois lados
Que nunca estão separados;
Mas cada um tem seu dia.

XI.3- Cecília, 7/7/12
É nesse recolhimento
Silencioso e fecundo
Que sentimos o momento
Numa fração de segundo
Que dura uma eternidade
E mergulha, na verdade,
No nosso "eu" mais profundo.

XI.2- Inédita
E meus olhos se renovam
Em sonhos e fantasias,
Onde eles bebem e provam
Esta beleza sem par
Com a qual tu nos sacias
Nessas lindas poesias
A nossa sede de amar...

XI.1- Sandra Subtil, 6/7/12
"Eu te amo" é a expressão
Mais poderosa que existe:
Dita, abre um coração,
Calada, deixa-o triste.
O amor, mesmo o mais forte,
Se abandonado à sorte
Ao silêncio não resiste.

Niterói, novembro de 2012
Rodolfo Barcellos

     PS: Parabéns ao Jair pelo 4º aniversário (anteontem) de seu "blog" pensador:
http://jairclopes.blogspot.com/2008/11/blogando.html

     E também à amiga Regilene, que no último dia 5 arredondou o número de suas primaveras. E para penitenciar-me da demora...

Mando-te com certo atraso
Mas com meu preito perene
Pra abraçar-te neste azo
Esta trova, Regilene.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Sol Invictus (repostagem)


     Na época do imperador Aureliano, o Sol pesava uns dois nonilhões de quilos. Mas de lá para agora, ele vem perdendo quatro milhões de toneladas por segundo, convertendo hidrogênio em hélio para produzir sua energia. Portanto, ele já está mais leve, hoje.
     Nada de muito preocupante. Nesse ritmo, o Sol ainda tem alguns bilhões de anos de vida produtiva pela frente.
     Segundo Einstein, quatro milhões de toneladas de matéria equivalem a uma energia de... deixa ver... E=mc²... cerca de 25.000.000.000.000.000 de GigaWatts, eu acho. Esse montão de energia é irradiado por todo o sistema solar, e além dele, para os espaços interestelares. Que desperdício!
     Nosso planeta intercepta apenas dois bilionésimos - 50.000.000 GW - dessa enxurrada energética. Gaia - a Natureza - se encarrega de utilizar boa parte dessa parcela em prol da vida... fotossíntese, evaporação, chuvas, etc.
     Bem, eu tive a pachorra de calcular a energia média que o telhado de minha modesta casa intercepta. Gente... é muito, mas muito mais que os kWh que eu pago na minha conta de luz... e é de graça!
     Isso dá a medida exata de nossa presente incompetência tecnológica no trato com a biosfera que nos sustenta. Os cem metros quadrados que eu roubei da Natureza para meu proveito próprio eram antes uma eficiente fábrica de oxigênio e um jardim do éden para os seres minúsculos que aqui habitavam. Agora, os mesmos 100 m² não são capazes sequer de aproveitar a dádiva do Sol: em vez disso, exigem cada vez mais tributos da Natureza, em forma de contas de luz, água e outras amenidades, para apenas abrigar uma família escravizada pela tecnologia do Homo Sapiens...
     Bota incompetência nisso!

Nota: Este pequeno ensaio foi escrito e publicado no começo de junho de 2010. O Sol, de lá para cá, emagreceu uns 305.000.000.000.000.000 de quilos. A população do planeta engordou em 200.000.000 de pessoas. Êita dieta!

sábado, 3 de novembro de 2012

Trovas 171-180

     Na segunda quinzena de maio, cheguei à trova-comentário de número 180. Vocês, meus amigos, forneceram em suas postagens inspiradoras as sementes que eu cultivei para produzir esses versinhos.

Rosa de agosto
180- Milene, 24/5/12
Peguei teu sonho e teu vento
No caminho da ilusão;
E teu belo pensamento
Transformei em citação.

179- Marcia, 23/5/12
Esse namoro, querida,
A gente sente e vê:
Você adora a vida
E a vida ama você!

178- Cecília, 20/5/12
Teu poema é a ponte
Que une o sonho à realidade;
Vai buscá-los no horizonte
E transforma-os em verdade!

177- Denise, 20/5/12 (MSN)
Eu amo uma poesia
Que mora longe de mim;
Mas daquela terra fria
Ela aquece meu jardim...

176- Marcia, 20/5/12
Neste fluir-refluir
Em ondas, tal como mar,
Tu sempre irás sentir
O doce embalo de amar...

175- Regina, 20/5/12
Que bom te ver, tatuzinha,
Desembolando, afinal!
Estica as pernas! Caminha!
O mundo é o teu quintal!

174- Tatiane, 20/5/12
Avezinha ou avião
Nesse voo bem te vi
Gaivota, andorinhão,
Sabiá e colibri...

173- Milene, 20/5/12
És refém dos teus gostares,
Eu sou escravo dos meus;
Mas enquanto me amares
Meus quereres serão teus.

172- Marcia, 19/5/12
Você é o mar da gente
Que muda a cada maré,
Sendo sempre diferente
Sem deixar de ser quem é...

171- Rita, 18/5/12
Agradeço e retribuo
Tua honrosa visita;
E em teus amigos me incluo
Se permites, cara Rita.

Niterói, novembro de 2012
Rodolfo Barcellos