sexta-feira, 29 de junho de 2012

São Pedro


     O calendário informa: o dia da festa é 29 de junho. E a festança nos arraiá por esses brasis adentro confirma. Mas o ciclo das festas juninas não se encerra em junho. Não senhor. O dono das chaves, festeiro que só, abre as portas e invade o mês do imperador da antiga Roma, fazendo da primeira semana de julho o "gran finale" que merecem os festejos populares mais autênticos de nossa gente (não, não me venham falar em carnavais).
     São famosas as festas do Nordeste, em geral, e as dos Beléns em particular. Aqui em Niterói as procissões marítimas das colônias de pescadores - principalmente a que sai de Jurujuba - são destaque. Mas entre barqueatas, festas de terreiro, cerimônias religiosas e tantas outras, resolvi mostrar aos amigos a festa da colônia de pescadores de Itaipu, bairro onde moro. O vídeo do fotógrafo Paulo Resende - um tanto vazio de gente - enfatiza o apelo comercial e turístico da festa, mas dará uma ideia do clima que reina na ocasião, se acrescentarmos mentalmente a balbúrdia dos milhares de frequentadores habituais. E vale pelas fotos e pela música.
     Mas o que está fazendo aí no vídeo o Bastião? A festa dele não foi no início do ano?
     Bem, acontece que ele é o padroeiro da paróquia do bairro, e na dupla condição de convidado e anfitrião ele não poderia faltar. A casa dele é a bela igreja colonial que aparece ao fundo do vídeo e na imagem abaixo.
     É na próxima semana. E vai ter mais pro ano que vem. Anavan tu!
Imagem: pauloresendefotografo.blogspot.com
Niterói, junho de 2012
Rodolfo Barcellos

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Filho meu

     Vinte e sete de junho, dia de festa na Ilha do Governador... aniversário do filho caçula, o sapo encantado que casou com a princesa e nos deu uma linda neta-fada-pererequinha.

Aline, Luiz Cláudio e Ana Helena


Filho meu,
Que tanto tentei ensinar,
Que muito julguei ajudar...

Filho meu,
Que me ensinaste a ser pai,
Que me ajudaste a ser eu...

Parabéns pelo teu dia,
Junto à tua família,
Seja longo o viver teu;

Recebe o abraço aberto
Pois mesmo longe estás perto,
Filho meu.

Niterói, junho de 2012
Rodolfo Barcellos

domingo, 24 de junho de 2012

Joões


     Vinte e quatro de junho, e meu passeio vespertino pelas alamedas da blogolândia me leva a encontrar em cada esquina uma festa de São João. Só agora percebo que esqueci de montar o meu arraiá no terreiro do Sete Ramos...
     Mas com qual santo devo desculpar-me? O Evangelista? O Batista? O Nepomuceno?
     Na dúvida, peço perdão a todos os joões, santos ou pecadores. Aos tantos que alegraram a torcida do Botafogo, aceitando o convite do Mané para uma dança cujos passos estão - ainda - envoltos em mistério e magia. Àquele de Deus, cantado em coro pela torcida do Fluminense. Ao outro, o Lennon, cantado por torcedores e não torcedores do mundo inteiro. Sem esquecer o Joãozinho, pesadelo das professorinhas.
     O vozerio do povo não para. O leiloeiro inventa louvores para enaltecer as pobres prendas cuja venda irá garantir mais uma fieira de telhas para o conserto do telhado da igreja. Ouço o espoucar dos foguetes e os lamentos das sanfonas, o mestre marcando os passos da quadrilha. E admiro, reverente, o poder dessa gente humilde no extrair de coisas tão simples uma mancheia de alegria autêntica para contrabalançar as frustrações do passar nosso de cada dia.
Imagem: Internet



     Acorda, João! Amanhã as promessas e bandeirolas estarão rasgadas e a tua bandeira no topo do mastro penderá murcha e triste como o rosto cansado do operário que vai trabalhar. E nas fogueiras que hoje crepitam alegres - como nos corações que se iludem em fugazes amores - somente restarão cinzas frias e solitárias.
     E tu estarás dormindo...

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Sete sete-setes, III

     Este é o terceiro apanhado de sete comentários em estrofes de sete versos (setilhas), cada verso com sete sílabas poéticas (redondilha maior). Essas sete-setes foram feitas em novembro passado, à vista das belas postagens dos amigos - textos em prosa, poemas, uma peça de cerâmica (de quem seria?), etc.
     E recentemente, num bate-papo pelo Messenger, roubei da Denise a bela pintura abaixo, que combina perfeitamente com o sete-sete no "Momentos Fragmentados" que abre este ramalhete.
"Mar noturno" - Óleo sobre tela - Denise
III.7- Marilene, 24/11/11
Tu bem sabes, navegante,
Que ancoraste em mau lugar,
Que é na maré vazante
Que o barco deve zarpar;
É o momento em que a corrente
Te leva seguramente
Direto ao alto mar.


III.6- Carla, 24/11/11
A lua nunca é a mesma
Que já foi ou que será;
É como uma abantesma
Que se muda ao deus-dará.
Mas tem sua identidade,
É mentira e é verdade,
E no céu sempre estará.


III.5- Milla, 24/11/11
Felicidade é o que sente
Este teu novo amigo
(Já com "status" de antigo)
Ao ver a amiga da gente
Abrir seu lindo sorriso
Em um belíssimo indriso
Num "blog" não mais doente...


III.4- Marcia, 22/11/11
Arreda pra lá um pouquinho
E deixa o andante cansado
Sentar-se neste cantinho
E descansar a teu lado;
Do teu vinho beberemos,
Do meu pão partilharemos
Neste lugar encantado.


III.3- Denise, 22/11/11
Não são portas nem janelas;
São os olhos de tua alma
Contemplando coisas belas
Neste momento de calma;
São luzes, canções, amores,
Carícias, perfumes, cores,
Pintadas em aquarelas...


III.2- Sete Ramos, nov 2011
Em sete sílabas poéticas
Canto sete musas líricas,
Em sete rimas ecléticas,
Por sete estrofes oníricas;
Cumprindo regras estéticas,
Seguindo as normas éticas,
Mas com pitadas satíricas...


III.1- Ma, 20/11/11
Raios de sol refratados
Na fímbria da Mantiqueira
De miragens são chamados,
São fugazes, não têm eira;
Mas foram capturados,
Em barro imortalizados,
Pela mão de Ma Ferreira.


     E viva São João!


Niterói, junho de 2012
Rodolfo Barcellos

terça-feira, 19 de junho de 2012

Abobrinhas


Você sabe que imagem é essa?
*   *   *   *   *
     Nas grandes barcas que fazem o transporte público entre Rio e Niterói é comum o assédio aos passageiros por parte de ambulantes, profetas e outros exemplares pitorescos da exuberante fauna urbana guanabarina. Há alguns anos, num dia de vestibular, a barca estava repleta de jovens que se dirigiam ao Rio, cheios de esperança. Entre eles, muitos casais de namorados aos beijos e abraços. Foi quando apareceu o profeta:
     - Pecadores! Filhos malditos de Sodoma e Gomorra, escravos de Babel e netos do Demônio! Servos da luxúria e do pecado, arrependei-vos! Vós queimareis no fogo do inferno!
     Alguns dos jovens ensaiaram uma vaia, mas a maioria simplesmente ignorou o sermão.
     Um casal de certa idade observava tudo com atenção. O homem teria os seus sessenta e poucos anos e a mulher aparentava estar com uns cinquenta. Ela estava visivelmente incomodada com a pregação vituperante do profeta, e fez um gesto de desagrado quando este se aproximou. O homem sussurrou-lhe "deixa comigo" e ela acalmou-se.
     Notando as alianças nos dedos entrelaçados, o profeta resolveu tomá-los como exemplo de virtude; por precaução, certificou-se em voz baixa:
     - Vocês são casados, não são?
     - Somos - confirmou o homem.
     O profeta elevou a voz e exclamou:
     - Vejam! Vejam todos esse exemplo de virtude, de amor conjugal abençoado pelo Senhor! Há quanto tempo vocês são casados, meus filhos?
     - Bem, eu sou casado há mais de quarenta anos... ela, há uns trinta, acho. Não é, querida?
     Entre aplausos e gargalhadas dos circunstantes o profeta recolheu os farrapos de sua dignidade ferida e bateu em retirada, indo salvar os pecadores da outra extremidade da grande embarcação. A mulher sorriu:
     - Marido meu, você é genial!
*   *   *   *   *
     Anúncio classificado:
Vende-se barato
Lâmpada mágica habitada por gênio meio surdo.
(Nota: só um desejo por dono).
Acompanha de brinde um tênis grande.
Tratar com Sr. Modesto Pinto (Piu-piu).
*   *   *   *   *
     Em tempo: a imagem que abre esta matéria é, obviamente, a foto de um ciclista mexicano, com seu grande sombrero, flagrado pelo satélite quando cruzava ilegalmente a fronteira dos Estados Unidos.


Niterói, junho de 2012
Rodolfo Barcellos


     PS: Neste dia 20 de junho, às 20:08 (hora de Brasília), ocorre o solstício de inverno no hemisfério sul. O fenômeno - efeméride que marca o dia mais curto e a noite mais longa do ano acontece geralmente no dia 21; mas como o ano é bissexto, o dia 29 de fevereiro empurrou todo o resto do calendário para a frente. Alegrem-se os friorentos: o início do inverno marca também o início do retorno do sol. A partir de agora, cada dia será um pouquinho mais comprido do que o anterior. Alvíssaras!

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Trovas 81-90

     Ah, os poemas... os versos, soltos ao vento como singela prosa ou cativos das formas fixas em rimas e metros! Música para os corações apaixonados ou desiludidos, desabafo para a alma do poeta que os faz, inspiração para o estro do poeta que os lê! Fecundos são vossos versos, meus amigos, minhas queridas, fecundos são os textos e poemas que espargem vida e beleza, lançando às brisas da Internet, aos milhares, pequenas sementes plumosas, sem cuidar se cairão em solo bom ou estéril!
Casal apaixonado - Tatiane Salles, "Só Para Dizer"
     Roubei da Tati a imagem acima - estou repetindo de propósito. Se você clicar no link da legenda, estará visitando o blog de uma artista que, além do estilo que lembra os "Amar é..." da Kim Casali (sem abrir mão do personalíssimo traço próprio), ainda sabe traduzir seus desenhos em belos versos. A Tati é poetisa dos traços e desenhista de poemas.


90- Andréya, 12/3/12
Andréya Rosa, menina,
Moça bonita e formosa,
Ser bem-amada é tua sina,
Andréya, menina-rosa.


89- Mari Guedes, 12/3/12
Possa um vago pensamento
Tomar corpo em tua alma
Transformando-se em momento
De felicidade e calma.


88- Marilene, 12/3/12
Do passado, do amor,
A esperança, o futuro,
O espinho e a flor,
São o claro e o escuro...


87- Marcia, 12/3/12
A planta chamada "amor"
Pode dar bela florada
Mesmo adubada com dor
Mesmo com pranto regada.


86- Marcia, 12/3/12
Não sei se é o tempo que passa
Ou no tempo passo eu;
Só sei que se nada eu faça
É tempo que se perdeu.


85- Marcia, 12/3/12
Bordadeira de afetos,
Vendedora de ilusões,
Os teus versos são repletos
De luzes, sonhos, paixões!


84- Severa, 11/3/12
Tuas mãos cantam um fado;
As minhas buscam em vão
A palavra no teclado
Que exprima admiração...


83- Severa, 11/3/12
Não tenho mãos a medir
Pro abraço que quero dar
Um bem grande para ir,
Um gigante pra voltar.


82- Marcia, 9/3/12
Tuas asas são teus versos
O vento é teu mensageiro
E nos teus voos dispersos
Voa o amor por inteiro.


81- Cecília, 9/3/12
Creio que sou teu parente
De céu, de sonho, de rota;
E me assino, simplesmente:
Fernão Capelo Gaivota!

Niterói, junho de 2012
Rodolfo Barcellos

domingo, 10 de junho de 2012

Namorados 2012

Casal apaixonado - Desenho de Tatiane Salles, no
seu blog "Só Para Dizer". Obrigado, Tati.
     Republico hoje alguns poemas requentados, alusivos ao Dia dos Namorados, lembrando que na maioria dos países do Ocidente - Portugal inclusive - o Dia dos Namorados é celebrado em 14 de Fevereiro, em homenagem a S. Valentim.
     No Brasil, comemora-se em 12 de junho; é véspera de Santo Antônio, o santo casamenteiro, esperança de muita gente encalhada. A imagem virada de costas, fitando a parede, ou em precário equilíbrio, de ponta-cabeça, é a tradução dos anseios das moças casadoiras. As mais desesperadas ou voluntariosas - dizem - chegam a mergulhar o santo em um copo ou jarro cheio d'água, de cabeça para baixo...
     Bem, nada melhor que algumas  rimas para alegrar os corações esperançosos.
     Ah, por falar em rimas, neste dia 10 Portugal e os poetas do mundo inteiro - em particular os de língua portuguesa - estão em festa... é o Dia de Camões. Pois em homenagem ao mestre do verso heroico, sirvamos como "couvert" um acróstico nesse famoso metro decassílabo.


            Junho de 2010 - Dia dos Namorados (acróstico em heroicos)


     Duas só almas, gêmeas, se encontram,
     Intímidas, amigas, companheiras,
     A trocar entre si vidas inteiras.


     Duas vozes irmãs em coro cantam
     O hino do amor, em tons suaves,
     Soltando os versos, como belas aves.


     Na espera de mil beijos prometidos
     Ao sopro de mil juras mal contidas,
     Mil horas num minuto são vividas.
     O Sol se esconde entre fulvos ares,
     Romântica neblina resplendente,
     Ardendo nos vermelhos do poente.
     De súbito, centelham os olhares;
     Os lábios unem-se em fulgente prece;
     Só deles é o milagre que acontece.


     Os amigos que gostam de cometer seus acrósticos devem ter notado o uso de fonte não-proporcional (Courier), para manter o alinhamento vertical e a largura igual das primeiras letras de cada verso. E atenção, patrulheiros do idioma e guardiões da última flor do Lácio: não procurem em dicionários o termo "intímido". Isso foi invenção minha, há dois anos já, buscando transmitir ao leitor a idéia de "íntimo e sem timidez" - um neologismo sob a égide da jurisprudência que rege a licença poética. E os Aurélios e Houaisses até hoje estão comendo mosca.
     Também há dois anos saíram-me do teclado as redondilhas de um sonetinho razoável - forma de poema que eu gosto de chamar de "sonetilha". É um prato leve, próprio para a entrada:


Junho de 2010 - Dia dos Namorados (soneto em redondilhas)

Se você está sozinho,
Carente, abandonado,
Sem amor e sem carinho,
Não fique desesperado:

Reze muito a Santo Antônio
No seu dia consagrado;
Protetor do matrimônio,
Do namoro e do noivado.

Presto aqui meu testemunho
De excelentes resultados
Em versos de próprio punho.

Sejam todos bem-amados!
E viva doze de junho,
O Dia dos Namorados!


     Um ano depois, em 2011, nasceu um soneto mais elaborado, já em decassílabos, inspirado nos famosos bonequinhos da Kim Casali, que vale como prato principal:
Imagem: Internet
Junho de 2011 - Amar é... (soneto)

Amar é ter paixão e ousadia,
É ter ciúme de coisas, de gente,
Sabendo usar tal condimento ardente
Na dose certa - mais quente que fria;

É partilhar a tristeza e a alegria,
É ser igual, e sempre diferente,
E, mesmo sem motivo aparente,
Reconquistar o amor a cada dia.

Amar é traçar rumos lado a lado,
Ligando o futuro ao passado
Por um presente construído a dois;

Fazer de um só olhar uma poesia,
Trazer um toque que acaricia,
Sempre antes... e durante... e depois!

     E para não ficar só nas "velhidades" de um poeta preguiçoso e acomodado, vamos tentar uma novidade para o segundo prato:

Junho de 2012 - Ama! (indriso)

Ama! O amar não é trocar favores,
Não é medir prazeres, pesar dores,
Não é contar carinhos ou ciúmes.

Ama! Nunca contabilizes risos,
Trovas, setilhas, sonetos, indrisos,
Flores, pipocas, bombons ou perfumes.

Ama sempre! Que o resto é passageiro!

Ama muito! E dá-te por inteiro!

     De sobremesa, um haikai à moda tupiniquim:


Um coração leve
Leve o peso da paixão
Leve um coração


     E que tal um sete-sete bem quente e preto para fechar?


Às amigas e aos amigos,
Musas e seus companheiros,
Sejam ricaços, mendigos,
Sejam casados, solteiros...
No Dia dos Namorados
Fiquem bem acompanhados
As damas e os cavalheiros.


Niterói, junho de 2012
Rodolfo Barcellos


PS: Agradeço mais uma vez à Lu Cavichioli, que me apresentou aos indrisos,  e à Graça Lacerda, que botou na fôrma meus primeiros haikais.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Sete sete-setes, II

     Mais um ramalhete de sete sete-setes. Mas antes, um sete-sete especial: neste dia sete meu neto - o filho da Bia - faz dezesseis anos (noves fora, sete)...


Daniel, na guitarra,
e seu amigo Luan,
no teclado.
Daniel 16

Já o bardo a velha lira
Em guitarra transmudou;
E o alaúde - confira -
Em teclado já virou.
E um moderno menestrel,
O meu neto Daniel
Seus dezesseis festejou!


     Um abração, Daniel... toque firme a guitarra de sua vida e aumente ao máximo o som de suas realizações. Porque o mundo é seu palco e o show só acaba quando termina. Que as luzes da ribalta brilhem fortes por muito tempo.
*   *   *   *   *
     Estes sete-setes são de novembro passado. Aliás, enquanto preparava esta batelada (em maio), deparei-me nos descaminhos da internet com uma poetisa que compartilha comigo o amor pela simplicidade das trovas e pelo sabor de cordel das setilhas em redondilhas. Aí vai uma amostra do que pode ser encontrado em
Não conto mesmo a ninguém
Essa dor que me atrofia,
Eu me calo e escrevo em verso,
Porque sei que a poesia
Seca o choro da saudade
E nunca diz a verdade
Sobre o mundo da agonia.
Dáguima Verônica de Oliveira

"Saudades do Interior" - Óleo sobre tela - Maria Helena
II.7- Carla, 20/11/11
Não te percas, caminhante,
Da estrada escolhida,
Que te leva adiante
Pelos caminhos da vida.
Não te enganem labirintos
De recantos indistintos;
Percorre a senda devida. 


II.6- Andréya, 20/11/11
Por que será que tem gente
Que a gente encontra na vida
Que quer ser mais diferente
Do que a justa medida?
Sem amor, sem confiança,
Sem fé e sem esperança
A estrada está perdida!


II.5- Carla, 20/11/11
"Quem espera sempre alcança",
Reza o dito popular;
Essa é a melhor esperança:
Esperar sem duvidar.
Ter no amor tal confiança
Que nem nos vem à lembrança
O relógio consultar!


II.4- Marcia, 20/11/11
Menina, tu irradias
Lá de dentro energias
Que espantam qualquer mal,
Acalmando o vendaval;
E ao ver teu belo sorriso
Hoje quero e preciso
Desejar-te BOM NATAL!


II.3- Marilene, 17/11/11
Se queres manter acesa
A chama viva do amar
É preciso, com presteza,
Outra tocha inflamar
Quando vires - que tristeza! -
Que a primeira, com certeza,
Vai em breve se apagar.


II.2- Carla, 17/11/11
Boa semente plantada
Em solo bom e fecundo
Mesmo que seja pisada
Germinará para o mundo;
Não mais será solidão:
Crescerá no coração
Pra florir amor profundo.


II.1- Denise, 15/11/11
Não tenho mãos a medir
Pro abraço que quero dar
E a ti retribuir
Esse carinho sem par;
Então, vou só te abraçar
E em meus braços te apertar
Para teu calor sentir!


Niterói, junho de 2012
Rodolfo Barcellos

domingo, 3 de junho de 2012

Bruna 18

     A Ma comentou, com justificado orgulho, que a Bruna gosta de Matemática e que havia passado - com sobras - no vestibular para Engenharia. No mundo poético da mitologia, onde as artes e as ciências se dão as mãos, isso significa que ela é amada por Urânia, a musa mais jovem, protetora da Astronomia e das ciências exatas. Sim, a Bruna - qual nova Hipátia - tem por companheiras as estrelas do céu...
Bruna... no céu da Ma
     Ano passado, eu já havia composto um sonetinho para celebrar as 17 primaveras daquela menina-deusa, que me lembrava a figura de Iracema - a bela índia dos lábios de mel, do José de Alencar; e hoje peço licença para cantar os seus 18 anos, idade mágica em que as borboletas, mal libertas dos casulos, ensaiam seus voos gloriosos, entre tantas flores e alguns espinhos.
     A festa é logo ali no dia seis, gentes!


Bruna, 18 anos

Tu, que inspiraste versos de guarânia
Na forma de uma índia encantadora,
Já ousas navegar nos céus de Urânia,
Das musas a mais bela e sedutora.

A sede de saber guia teus passos
Por sendas em que outras, timoratas,
Receiam se perder pelos espaços
Onde habitam só ciências exatas.

As leis universais de causa e efeito
Serão por ti buscadas e apreendidas
Num ramalhete que a todas reúna;

Mas sempre pulsará neste teu peito
Um coração que, tais leis esquecidas,
Só às do amor será sujeito, Bruna!

     Parabéns, Bruna! Beijos a ti, e abraços a Ma e Antenor, cujo orgulho e alegria posso sentir daqui.
     E quem quiser ver, ou rever, a indiazinha de um ano atrás, clique em Bruna-Iracema .

Niterói, junho de 2012
Rodolfo Barcellos


PS: Dica nova na guia "Projeto BPA", amigos: COMO SE LIVRAR DE UM CHATO. Clique na guia, logo abaixo do "banner-título" do blog.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Trovas 71-80

Rodin - O beijo (Internet)
     Poemas filhos de poemas, assim vejo as trovas que os versos dos amigos me inspiram. E embora algumas destas quadrinhas não possam ser consideradas "trovas" no sentido mais rigoroso, por lhes faltar a necessária independência lírica, elas se ajeitam bem entre as primas de sangue nobre.
     Assim, as de números 77 e 78 não são trovas propriamente, por não serem independentes. Mas preferi manter o título da postagem, para não fugir ao espírito desta série.


80- Marcia, 9/3/12
Vento que vento frade,
Brisa que acaricia,
Esta neblina levade
Para que o sol traga o dia.


79- Marcia, 7/3/12
Hoje canto a Mulher,
O anjo, a guerreira, a fada,
O bem-me-quer, mal-me-quer,
O beijo, a flor, a estrada!


78/77- Denise, 7/3/12
Esse convite, querida,
Sem erreessevepê
É pra uma nova vida
Com onde, como e porquê.

E só não botei o "quando"
Pra não estragar o metro;
E assim a trova que mando
Fica mais ou menos retro...


76- Cecília, 7/3/12
Há algo entre o céu e o mar
Mais que a vã filosofia:
Sonhos azuis a sonhar
Ao sabor da maresia.


75- Juju, 7/3/12
Sonhaste ser princesinha
Num banquete verdadeiro;
Acordaste bebezinha
Mastigando o travesseiro...


74- Aymée, 6/3/12
Não te vejo urubu
E nem mesmo "uruboa"
Te prefiro gaivota
Ou uma andorinha à-toa...


73- Marilene, 6/3/12
Nunca em números me contes
Pois te serei sempre amigo;
E para construir pontes
Tu podes contar comigo.


72- Andréya, 5/3/12
Teu rastro na areia quente
Fica-te atrás, em verdade;
Não há rastro à tua frente,
Faz teu caminho à vontade.


71- Lu Nogfer, 5/3/12
O risco de se viver
Vale a pena arriscar
E vale a pena correr
O risco de se amar.

Niterói, junho de 2012
Rodolfo Barcellos


PS: Acho que a Severa estará soprando uma velinha no próximo dia 4. E pra não perder a viagem, já vou deixando aqui o meu presente:


Feliz aniversário, escritora,
Felizes novos dias, musa minha!
Alegre, sorridente, sedutora,
Recebe deste amigo esta quadrinha!


     Parabéns, Severa... beijos e abraços.