sábado, 13 de fevereiro de 2016

Ô de Casa!



A porta destrancada – deste cantinho e de seu coração – deixou-nos entrar sorrateiramente trazendo na bagagem algumas palavras que pretendem te homenagear, e imagens para colorir a saudade e enfeitar teu dia, precioso para nós que te amamos.

Perdoe-nos a invasão, muito embora estejamos alojadas na sagrada memória afetiva e esta sala de estar com os amigos seja uma extensão de nossas recordações, também queridas.

Desejamos estreitar nos braços da amizade nosso desejo de que este tenha sido um ano bom, deixando lugar para a renovação das alegrias, da saúde, da esperança, das rimas que você faz, inspirando-nos, enquanto provoca um brinde às letras que tão bem distribui para assim representar o afeto que sente.

Por ser você essa fonte inesgotável de sabedoria, representante fiel dos sentimentos ocultos ou escancarados, nossa gratidão por compartilhar sua alma de poeta, sua singularidade humana, seu olhar brejeiro sobre as coisas e seu riso maroto que não esconde o menino a viver neste corpo de homem com olhos de contas azuis...

Escrever para quem tem a intimidade com as palavras como você, Mago querido, nos mostra como é vã a tentativa de expressarmos tudo que sentimos, por isso fica aqui nosso singelo – porque amoroso – ensaio, e as melhores energias para te envolverem como nossos braços a te embalarem num afetuoso abraço cantando um sonoro PARABÉNS PRA VOCÊ, nesta data festiva, muitas, inúmeras felicidades e muita vida para viver!!!



Recordações de momentos lindos!!


O SONETO NÃO PARIDO

Era pra parir um soneto, daqueles corretos em métrica e rima, mas sobretudo cheio da mais legítima e profunda poesia. Não se deu. O mestre vai nos desculpar. Saberemos lhe dizer afetos sem versos, mas afetos. Diremos da saudade de nossa convivência que, mesmo acontecendo sobre a ponte virtual, era das mais intensas e enriquecedoras. Era bonita... era bonita!

Tal escrita não é somente sobre a saudade, essa que a vida se encarregou de parir sabe-se lá por quais motivos. Trata-se, pois, da belezura desse treze de fevereiro que lá atrás pariu Rodolfo, o Barcellos, o bruxo e mestre das letras, cuidador de versos, jardineiro tão dedicado como pouco se ouviu falar nos ares por onde voou ou nos mares do seu lugar.

Rodolfo, o bruxo, cuidador de versos, canteiros e amizades. Sujeito ímpar a querer proteger a quem ama no seu abraço farto, humano, de tanto amor. Sujeito grande, que seria gigante mesmo tendo meio metro de altura. É da grandeza de ser o tratado aqui. É da alma, da bem querência, da generosidade, do imenso sentimento ajeitado ali, no seu coração doce.

É de se sonhar outro abraço daqueles, um pouco mais do choro da despedida, como foi feito naquele julho de outro ano, lá em Maceió, onde “ama-se e, oh!”. É de se querer mais conversas e aprendizados. E outras arengas, porque amigo que é amigo arenga e pronto, pra depois o bem querer se ajeitar melhor e assoprar pra longe os ventos mal intencionados.

Se não foi lhe dito um soneto de aniversário, gratidão e amizade, ao menos se tentou dizer palavras livres e muitas de aniversário, de gratidão, de amizade...
Brindemos à vida, ao bruxo, o amigo.
Viva Rodolfo Barcellos, viva!


(Por Denise e Milene, as meninas dele)




Vídeo caseiro, cliquem nele para abrir.
E você Rodolfo Poeta, Bruxo, Mago querido, tire esse cisco dos olhos, por favor... ;)

... saindo de fininho, puxando devagar a porta pra não te acordar... 



sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Irrealidade


Há mundos, poetisa minha
Que existem intocados
Mas só por nós visitados,
Neblinas.

Mundos que estão escondidos
Feitos de espaços perdidos
Pó de tempos esquecidos,
Sombras.

São lembranças esmaecidas
Memórias mal revividas
Fotos amarelecidas,
Saudades.

São céus verdes como mares
Nuvens azuis pelos ares
Frutos brancos nos pomares,
Loucuras.

Lá onde o tempo se finda
O espaço nasce ainda
Na espera de tua vinda,
Poesias.

Lá eu me deito em teu colo
Lá eu me planto em teu solo
Lá eu bebo tua paz,
Sonhos.

Existem lá mil verdades,
Mentiras, versos tristonhos,
Neblinas, sombras, saudades,
Loucuras, poesias, sonhos.

E nesse tempo imanente
Perdido e reencontrado
Tu viverás teu presente,
Teu futuro e teu passado.

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Caros amigos,
Nas próximas duas semanas estarei internado no HCA para tratamento de um transtorno alimentar. Durante esse período, não poderei postar, comentar ou responder aos comentários, mas pretendo voltar o mais breve possível.
(agora eu sei a razão de ser chamado de "paciente"...)

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Uma de menos

     O tempo escorre lentamente do relógio, em tiquetaques preguiçosos e vadios. É o velho demônio irritante, tirando do saco de minha vida, já meio murcho, uma moeda a cada tique e atirando-a no saco sem fundo da eternidade a cada taque. E ele faz isso sorrindo, sarcástico, para mim. Uma de menos... uma de menos... uma de menos... vai ele desfiando a ladainha dos segundos que se perdem sem resgate.
     Mas hoje, demônio velho, não cairei nesse truque psicológico barato. Não ligarei a TV, não lerei livros ou jornais, não telefonarei para ninguém. Porque sei que ela, a minha amada, está vindo.
     Desfia a tua ladainha, velho demônio, desfia-a mais rápido, que os segundos da espera não se contam como aqueles da tristeza. E quando minha amada estiver em meus braços, será minha vez de contar: uma a mais, uma a mais, uma a mais...
     Pois dela os beijos são vida, e os carinhos são eternidade, e seu amor não cabe neste ridículo universo onde espaço e tempo têm seus limites. Ela me levará nas asas da paixão e me guiará para onde não se contam moedas, onde não há sacos de diferentes tamanhos, onde os demônios contadores se encolhem envergonhados e perecem à míngua de relógios, onde tempo não é dinheiro e dinheiro não é mais que fumaça. E lá escarneceremos de ti, até o fim dos tempos.