XX.7- Beth Lilás (data não anotada)
A tua frota de táxis
Virou cooperativa;
Tem minis, médios e maxis
Com freguesia cativa.
No bata-papo gostoso
De um taxista saudoso
A memória segue viva.
XX.6- Marcia, 10/11/12
Este teu canto, querida,
Contanto conte contente
Com cantos tantos de vida
Pode contar com a gente;
E enquanto o conto passa
Nos encontros desta praça
Há encanto contingente.
XX.5- Mery, 8/11/12
Tu me cativaste, Mery,
E a outros como eu também;
Mas por muito que te espere
Sei que tu estarás bem.
Te pedimos, não demores,
Vai sorrindo, nunca chores,
E volta alegre também.
XX.4- Zilani, 5/11/12
E quantos de nós se esquecem
Que todos somos errantes
Andarilhos que carecem
De mapas, guias, sextantes,
Sem bússola, rumo ou norte
Seremos reféns da sorte
Tristes sombras viajantes...
XX.3- Rita, 5/11/12
Peixe na folha de couve?
Já fiz na de bananeira...
Assado, menina, ouve:
Na grelha da churrasqueira;
Mas já perdi a receita
E vou fazer, desta feita,
Na couve e na assadeira.
XX.2- Beth, 4/11/12
Essas quinze irrelevâncias
Muito revelam de ti;
Pois mesmo nessas distâncias
Melhor eu te conheci.
Teus gostares sabem bem,
Teus desgostares também,
A este amigo daqui.
XX.1- Milene, 4/11/12
O vento que abre portas
É o mesmo que as cerra;
Carrega as folhas mortas
E leva o grão vivo à terra.
Traz a boa e a má notícia
Sem compaixão ou malícia
Seja na paz ou na guerra.
E para comemorar a Semana Santa,
Pequena cantiga de Páscoa
Os modernos vendilhões
Os modernos vendilhões
Os devotos do tlim-tlim
Vendem ovos aos milhões
Entre um e outro plim-plim
Diz que Páscoa é chocolate
No ovo que o coelho bota
Mentiras que a TV late
Nunca ouvi tanta lorota
E na verdade tem gente
(Não me refiro a você)
Que acredita piamente
Nos anúncios da TV
Se queres um bom conselho
Não vás na onda do povo
Desse mato não sai coelho
Desse coelho não sai ovo
Páscoa é a festa da alma
É a alegria da Luz
Passagem tranquila e calma
Ressurreição de Jesus
Mas bombons e bacalhoada
E um gole de vinho fino
Têm indulgência firmada
Pelo decreto divino
Só não te esqueças da reza
Em sinal de gratidão
Porque em Páscoa que se preza
Todo mundo é irmão
É a festa em que judeus
Muçulmanos e cristãos
No louvor a um só Deus
Erguem juntos suas mãos
E Orixás da Natureza
Forças por Deus delegadas
Cantam em coro a beleza
Das crenças sincretizadas.
E Orixás da Natureza
Forças por Deus delegadas
Cantam em coro a beleza
Das crenças sincretizadas.
Niterói, março de 2013
Rodolfo Barcellos
Rodolfo Barcellos