segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Sobre teu dia, Mago querido...

Quando as palavras são insuficientes, tomamos emprestadas a emoção e o afeto.
Quando não sabemos o que dizer, emprestamos a sabedoria de quem já o fez por nós...



Que você esteja bem, feliz aniversário Poeta querido!
Beijos da Poesia!

quarta-feira, 6 de julho de 2016

Pés de Sonho - Milene Lima

Faz tempo que Rodolfo e eu decidimos ajudar a Milene a realizar seu sonho: publicar o livro com um apanhado de suas belas crônicas. Deu trabalho convencer esta moça de seu talento literário, mas vocês hão de concordar comigo que, se Rodolfo fez a primeira leitura e sugeriu alguns ajustes e correções para valorizar ainda mais seus textos, não precisamos de muitos avais extras que atestem o grau elevado desses conteúdos, não é mesmo? Ocorre que a Editora Instituto Memória ao receber seus escritos também entendeu que eles são frutos de talento inegável, nascidos para serem compartilhados com quem aprecie qualidade e sensibilidade ímpar da escritora.
Decididos, a incentivamos a dar início ao seu projeto olhando para ele como alguém que está gestando sonhos, e ela afinal rendeu-se ao apelo de seu desejo secreto, um tanto encabulado de transformar-se numa viagem nas mãos de tantas pessoas, florescendo seus sentimentos na medida que embarquem nas suas palavras e descubram um mundo um tantinho diferente do cotidiano nosso de cada dia. 

E é por esta razão que estou aqui, com a autorização da Beatriz, filha de Rodolfo, para, em meu nome e em nome dele, numa espécie de convocação aos amigos queridos, convidá-los a reunirem-se a nós ajudando a divulgar e adquirir o seu exemplar, numa ação entre amigos oferecendo o combustível para a largada desse projeto, que pede pra nascer! 
Milene conta conosco para que seu PÉS DE SONHO se torne realidade, tendo até dia 30 de julho agora para vender os cem primeiros livros.
Aqui o link pra te ajudar a encontrar rapidinho a loja virtual: 






Ao receber seu livro, você lerá o Prefácio de Pés de Sonho, que foi carinhosamente escrito por nosso Poeta tão querido:

Apaixonei-me pelos textos da Milene à primeira leitura. Alma de cronista que sabe dosar todos os ingredientes clássicos dessa difícil receita – a ironia cozinhada ao ponto de leve sarcasmo, o humor na medida certa de acidez, o oportunismo cuidadosamente dosado na escolha do foco, a frase mordaz sem chegar à vulgaridade... e com adição de uma especiaria não muito comum em outros cronistas: uma generosa pitada de feminilidade, de sentimentalismo, de empatia com os protagonistas de seu teatro de cordel... sim, apaixonei-me. E, para o mal dos meus ciúmes, sei que o leitor também se apaixonará. Ela fala de confidências amorosas com palavras poéticas, para logo depois alinhavar frases ferinas contra os desmandos dos poderosos. Ora canta um romance numa praia deserta, ora relembra um episódio em que ela mesma foi a estrela – ou vilã. Agora é uma trombetada contra a corrupção na política, logo depois é um cântico de louvor à amizade e ao amor. E ao chegarmos na última página, quando encontrarmos a palavra FIM, ficará em nós uma tal sensação de “quero mais” que volta e meia nos surpreenderemos relendo – pela enésima vez – aqueles episódios que mais nos encantaram.

Rodolfo Barcellos


domingo, 5 de junho de 2016

"O contrário da presença não é a ausência. É a saudade." R.R.B.

Amigos do Sete Ramos de Oliveira, coube a mim trazer aqui a notícia triste da partida do nosso Poeta amigo, depois de enfrentar algumas limitações físicas, combatente como era o bom marinheiro, libertou-se para repousar e restabelecer seu espírito sábio, encantador, milenar, único e cativante.

Me permitam esta tentativa de uma última conversa com o meu Mago querido...



É assim que de você vou me lembrar!!

Onde tudo começou, a 18 de fevereiro de 2011
R. R. Barcellos me disse...

- Não adianta mudar,
- Pois seu aroma é só seu.
- Já peguei a sua pista;
- Te perSIGO até o Céu!

- Sou cão rafeiro teimoso,
- Sabujo farejador;
- Ganindo por um carinho,
- Um cafuné, por favor...

Desde essa data, um mundo de poesia se derramou, e se eu pouco (ou quase nada) aprendi sobre versos, sonetos, trovas, poemas, sete-setes, sextilhas, hai-kais, indrisos e afins, estive como nunca em contato com a alma de um poeta, a quem chamei de “Mago das palavras.” Pra mim você era - sempre será - o alquimista genial, o poeta sensível, silencioso e extremamente talentoso, mas, acima de tudo, o ser humano que emocionava a gente com a prontidão e a gentileza. Teu legado neste cantinho concentra sabedoria, lirismo, amor, ternura, a refinada percepção dos sensíveis. Você era carinhoso com todos, e nós aprendemos a retribuir tua generosidade com um afeto autêntico, como você sempre foi.
Recordando daqueles dias nas Alagoas, o meu coração se enche de alegria por termos podido compartilhar momentos que vivem em nossos sentidos, todos nós seguramente temos para lembrar um momento especial, uma palavra, um olhar, um gesto, uma canção, ou tudo isso, para sempre.  Eu tive ainda o privilégio de receber um dos presentes lindos que me deu, num aniversário em que veio pessoalmente me abraçar. Memorável aquela noite entre amigos, violão e teu sorriso feliz!
Ficam comigo as centenas de conversas no MSN, os comentários primorosos nas postagens mais simples, os textos escritos trazendo tuas inspirações da madrugada. E o Pour Denise, canção linda que toca fundo o meu coração?? E o que dizer do No Silêncio criado por você só pra que eu declamasse?!
Rodolfo, Generoso bem podia ser teu sobrenome, amigo querido, Poeta irretocável, um talento literário como poucos, criativo e apaixonado pelas palavras e por suas Musas, meu Mago preferido! Fica tua obra escrita, ficam teus gestos e tua voz grave, teu olhar profundo. Você deixa plantados dentro da gente os sentimentos bons que as palavras não estão dando conta de contar, como ninguém você gotejava amor por elas, viajando pelos sentimentos de um jeito encantador.
Você foi um presente, alguém que só nos trouxe coisas boas, dedicou textos lindos, tempo e carinho. Em paz desejo que você esteja, por aqui entre nós que tivemos a sorte de tê-lo conosco, fica a saudade, aquele “eco das canções que a vida já nos cantou” como você disse.
Aliás, meu querido, você sabiamente professou: “saudade é o perfume que fica quando quem amamos se ausenta.”

Em teu rosto brejeiro, receba o beijo carinhoso da tua Poesia. 
E de todos daqui deste lugar que você tanto amou estar, seguem todos os abraços dos amigos que, certamente, passarão por aqui.
Até um dia, Rodolfo, nos inspire quando puder!




sexta-feira, 4 de março de 2016

A calça

Quando o Rafa foi me visitar no Hospital Central da Aeronáutica, foi impedido de entrar.
- Não pode entrar de bermuda - o soldado da guarda explicou.
Não vou criticar aqui costumes culturais, por mais estranhos que pareçam. Os militares britânicos usam, nas regiões tropicais, um uniforme leve, que inclui uma bermuda. Nós, brasileiros, mais realistas do que o rei, implicamos com um traje confortável, aceito até no palácio de Buckingham, só porque nossos avós não gostavam de expor as canelas.
E agora? O Rafa não vinha para uma simples visita, mas para render por algumas horas a minha filha - a Bia - em seu posto de acompanhante. Lembrou-se de ter passado por uma loja de roupas femininas nas proximidades e foi até lá, para comprar um traje mais adequado.
O Rafa é um homem grande e desinibido, e foi com dificuldade que se apertou na maior calça que encontrou na loja. E foi assim, com brilhos nos fundilhos e enfeites na cintura, que ele conseguiu entrar no ultraconservador hospital...

Mudando de assunto, quero aproveitar a oportunidade para agradecer a todos os amigos que estão me apoiando nesta fase difícil. Fui diagnosticado como portador de um tumor maligno  - avançado mas primário - no esôfago e por conta da dificuldade de deglutir estou recebendo nutrição via enteral - diretamente no intestino delgado. Quando recuperar-me da desnutrição, iniciarei um tratamento mais pesado - quimio e radioterapia, e se necessário cirurgia.

Obrigado pelas mensagens. Obrigado, Denise, Milene, Regina e tantos outros amigos. Obrigado, Rafa, Gerusa, Branca, Marcos e tantos outros parentes. Obrigado...

sábado, 13 de fevereiro de 2016

Ô de Casa!



A porta destrancada – deste cantinho e de seu coração – deixou-nos entrar sorrateiramente trazendo na bagagem algumas palavras que pretendem te homenagear, e imagens para colorir a saudade e enfeitar teu dia, precioso para nós que te amamos.

Perdoe-nos a invasão, muito embora estejamos alojadas na sagrada memória afetiva e esta sala de estar com os amigos seja uma extensão de nossas recordações, também queridas.

Desejamos estreitar nos braços da amizade nosso desejo de que este tenha sido um ano bom, deixando lugar para a renovação das alegrias, da saúde, da esperança, das rimas que você faz, inspirando-nos, enquanto provoca um brinde às letras que tão bem distribui para assim representar o afeto que sente.

Por ser você essa fonte inesgotável de sabedoria, representante fiel dos sentimentos ocultos ou escancarados, nossa gratidão por compartilhar sua alma de poeta, sua singularidade humana, seu olhar brejeiro sobre as coisas e seu riso maroto que não esconde o menino a viver neste corpo de homem com olhos de contas azuis...

Escrever para quem tem a intimidade com as palavras como você, Mago querido, nos mostra como é vã a tentativa de expressarmos tudo que sentimos, por isso fica aqui nosso singelo – porque amoroso – ensaio, e as melhores energias para te envolverem como nossos braços a te embalarem num afetuoso abraço cantando um sonoro PARABÉNS PRA VOCÊ, nesta data festiva, muitas, inúmeras felicidades e muita vida para viver!!!



Recordações de momentos lindos!!


O SONETO NÃO PARIDO

Era pra parir um soneto, daqueles corretos em métrica e rima, mas sobretudo cheio da mais legítima e profunda poesia. Não se deu. O mestre vai nos desculpar. Saberemos lhe dizer afetos sem versos, mas afetos. Diremos da saudade de nossa convivência que, mesmo acontecendo sobre a ponte virtual, era das mais intensas e enriquecedoras. Era bonita... era bonita!

Tal escrita não é somente sobre a saudade, essa que a vida se encarregou de parir sabe-se lá por quais motivos. Trata-se, pois, da belezura desse treze de fevereiro que lá atrás pariu Rodolfo, o Barcellos, o bruxo e mestre das letras, cuidador de versos, jardineiro tão dedicado como pouco se ouviu falar nos ares por onde voou ou nos mares do seu lugar.

Rodolfo, o bruxo, cuidador de versos, canteiros e amizades. Sujeito ímpar a querer proteger a quem ama no seu abraço farto, humano, de tanto amor. Sujeito grande, que seria gigante mesmo tendo meio metro de altura. É da grandeza de ser o tratado aqui. É da alma, da bem querência, da generosidade, do imenso sentimento ajeitado ali, no seu coração doce.

É de se sonhar outro abraço daqueles, um pouco mais do choro da despedida, como foi feito naquele julho de outro ano, lá em Maceió, onde “ama-se e, oh!”. É de se querer mais conversas e aprendizados. E outras arengas, porque amigo que é amigo arenga e pronto, pra depois o bem querer se ajeitar melhor e assoprar pra longe os ventos mal intencionados.

Se não foi lhe dito um soneto de aniversário, gratidão e amizade, ao menos se tentou dizer palavras livres e muitas de aniversário, de gratidão, de amizade...
Brindemos à vida, ao bruxo, o amigo.
Viva Rodolfo Barcellos, viva!


(Por Denise e Milene, as meninas dele)




Vídeo caseiro, cliquem nele para abrir.
E você Rodolfo Poeta, Bruxo, Mago querido, tire esse cisco dos olhos, por favor... ;)

... saindo de fininho, puxando devagar a porta pra não te acordar... 



sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Irrealidade


Há mundos, poetisa minha
Que existem intocados
Mas só por nós visitados,
Neblinas.

Mundos que estão escondidos
Feitos de espaços perdidos
Pó de tempos esquecidos,
Sombras.

São lembranças esmaecidas
Memórias mal revividas
Fotos amarelecidas,
Saudades.

São céus verdes como mares
Nuvens azuis pelos ares
Frutos brancos nos pomares,
Loucuras.

Lá onde o tempo se finda
O espaço nasce ainda
Na espera de tua vinda,
Poesias.

Lá eu me deito em teu colo
Lá eu me planto em teu solo
Lá eu bebo tua paz,
Sonhos.

Existem lá mil verdades,
Mentiras, versos tristonhos,
Neblinas, sombras, saudades,
Loucuras, poesias, sonhos.

E nesse tempo imanente
Perdido e reencontrado
Tu viverás teu presente,
Teu futuro e teu passado.

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Caros amigos,
Nas próximas duas semanas estarei internado no HCA para tratamento de um transtorno alimentar. Durante esse período, não poderei postar, comentar ou responder aos comentários, mas pretendo voltar o mais breve possível.
(agora eu sei a razão de ser chamado de "paciente"...)

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Uma de menos

     O tempo escorre lentamente do relógio, em tiquetaques preguiçosos e vadios. É o velho demônio irritante, tirando do saco de minha vida, já meio murcho, uma moeda a cada tique e atirando-a no saco sem fundo da eternidade a cada taque. E ele faz isso sorrindo, sarcástico, para mim. Uma de menos... uma de menos... uma de menos... vai ele desfiando a ladainha dos segundos que se perdem sem resgate.
     Mas hoje, demônio velho, não cairei nesse truque psicológico barato. Não ligarei a TV, não lerei livros ou jornais, não telefonarei para ninguém. Porque sei que ela, a minha amada, está vindo.
     Desfia a tua ladainha, velho demônio, desfia-a mais rápido, que os segundos da espera não se contam como aqueles da tristeza. E quando minha amada estiver em meus braços, será minha vez de contar: uma a mais, uma a mais, uma a mais...
     Pois dela os beijos são vida, e os carinhos são eternidade, e seu amor não cabe neste ridículo universo onde espaço e tempo têm seus limites. Ela me levará nas asas da paixão e me guiará para onde não se contam moedas, onde não há sacos de diferentes tamanhos, onde os demônios contadores se encolhem envergonhados e perecem à míngua de relógios, onde tempo não é dinheiro e dinheiro não é mais que fumaça. E lá escarneceremos de ti, até o fim dos tempos.