É no inverno que se planta a seara que nos alimentará na próxima safra. Assim também, é nos tempos difíceis que se reconhece e se consolida a verdadeira amizade.
Chamemo-lo Sargento T. Inteligente, alegre, bom amigo e companheiro, benquisto entre os colegas, admirado pelos subordinados, respeitado pelos superiores, tinha uma facilidade incomum para ler e interpretar o inglês técnico dos manuais - "Technical Orders" -, ferramentas indispensáveis ao bom desempenho de nossas atividades.
Quando surgiu a oportunidade para um curso de aperfeiçoamento nos Estados Unidos, seu nome foi colocado naturalmente no topo da lista. Eu e mais dois colegas fomos também convocados. Mas havia uma questão a ser resolvida: o tal curso exigia fluência não só no ler e escrever, mas também no entender e no falar.
Nós quatro, otimistas e esperançosos, matriculamo-nos no Yázigi para um intensivão de "conversation". E foi aí que apareceu o calcanhar de Aquiles do Sargento T. Ele simplesmente não conseguia, por mais que se esforçasse, articular com clareza os sons mais comezinhos em inglês. O "t" de "team" saía chiado, como o de "titio" no sotaque de bom carioca que era...
Bem que a jovem e simpática mestra tentou, mas não teve jeito. E os demais alunos em nada ajudavam, fazendo piadinhas e dando risadas a cada tropeço do nosso amigo.
Uma tarde, num esforço desesperado para superar o problema, a professora selecionou uma série de frases, e começou a pronunciá-las, uma a uma, fazendo com que T as repetisse e corrigindo-o quando necessário. Parecia que estava funcionando, até que a mestra propôs uma frase um pouco mais elaborada:
"- The pupil meets the teacher in the church."
E T ecoou, em alto e bom som:
"- DE PIUPIU MITISDE XIXA ENDE XUXA!"
Baixemos misericordiosamente o pano sobre o resto da cena.
Nota: o tal curso no exterior acabou em nada... menos mal.
Eu conheci mais de um com esse mesmo perfil, de ser excelente para ler e entender inglês técnico, mas não lembro quem tinha essa dificuldade, embora imagine.
ResponderExcluirUma vez, eu fui fazer um curso na EMBRAER, junto com uma turma do Galeão. No primeiro dia, o instrutor do curso (paulista) queria saber os nomes de todos, e teve um sargento que teve que mostrar o nome dele na lista de chamada, porque o instrutor não conseguia entender a pronúncia dele, com aquele chiadinho característico carioca!
Depois de tantos anos no Rio, quando vou ao sul às vezes me falam: "Estás chiando, tchê!", embora eu mesmo não perceba...
Que delícia de crônica Barcellos! Espetáculo! :-))) Dando risada. Parabéns! Sempre mandando bem. A propósito, seu comentário no blog é prá lá de pertinente! Obrigada pela vista. Estou num corre corre daqueles, mas não poderia deixar de passar aqui e desejar um lindo dia para vc, querido amigo! Bjs mil! A.
ResponderExcluirKKKKKKKKKKK Hilária essa estória amigo Rodolfo! Pobre coitado...quem não tem pronúncia boa, não há nada que o faça ter! Isso é verdade verdadeira...já vi gente saber muito uma língua, mas na hora de falar...babau...coloca tudo a perder...Adorei essa estória...aliás, vc deve ter uns causos bem bons do teu tempo de caserna, hein? Beijão,
ResponderExcluirBarcellos,
ResponderExcluirLembro que você foi fazer um curso numa universidade militar americana, cujo ingresso exigiu uma prova de inglês na qual você passou de letra. Inspirado no seu êxito, também tentei meu ingresso e me inscrevi para o teste de inglês que, se não engano, era no Campo dos Afonsos. Eu reconhecia que era (e ainda sou) péssimo falador desse idioma, mas ainda tinha esperança que me sairia mediano no teste e, entre outros candidatos, ficaria no meio sem ser notado. Ao chegar ao local fui informado que era o ÚNICO candidato. Assustador! Me submeti àquelas perguntas apreensivo. O instrutor, logo após, me comunicou que eu não tinha passado, não tinha sequer alcançado a nota mínima. Senti-me como se tivesse disputado uma corrida em que eu era o único atleta e tirei em segundo lugar. Nunca me senti tão constrangido. Abraços de amigo, JAIR.
Barcellos...
ResponderExcluirSabo bem do que falas! rss
Tinha, e tenho uma facilidade incrível em entender manuais técnicos relacionado a minha profissão, alias eu comecei a 30 e poucos anos atrás minha caminhada na informática dessa forma!
Quanto ao "ispícá ingricxing" é uma coisa, e prênunciá o meRmo é OUTRA coisa.... "Aiême note ispicá natinguí"
Um AvAcAgÁ de DiA dO AmIgO...
Abraços
Tatto
kkkkkkk, vc é único RR!
ResponderExcluirO bom humor e a inteligência, mesclam com tua criatividade e o resultado é esse!
FELIZ DIA DO AMIGO, CARÍSSIMO!
super beijo da Lu
e... Olha que hoje eu nem fui comprar sapatos porque preferi te ler rsrs...
adoooooru!
Rodolfo..passando rapidinho pra desejar um feliz dia do amigo! te considero muito.
ResponderExcluirvolto pra ler a postagem..
bj
Ma
Hola Rodolfo!
ResponderExcluirMuy gracioso:)
Feliz Día del Amigo!
Que lo disfrutes mucho.
Te dejo saludos argentinos.
Nossa, amigo!
ResponderExcluirAinda bem que você pediu (aliás, implorou!) pra baixarmos o pano sobre o que se seguiria...aff
Parabéns pelo 'relato', e tomara que o tal Sargento T. não o leia aqui, dejeitomanera...rsrs
Conheci e conheço muuuuitos casos assim, pois como professora da inglês já pude ver cada uma, ora de rir, ora de chorar!!!rs
É uma delícia.
Feliz DIA DO AMIGO para você, Rodolfo!
Estou saindo uns dias, mas voltarei breve (dia 1, conforme você ordenou)...rs
Beijos!
Eu sei que é complicado falar ingl~es, e que não devemos rir das dificuldades do próximo, mas eu confesso eu ri demais aqui imaginando a cena, abração Rodolfo :-)
ResponderExcluirVixe maria! Eu nesse curso aí não faria muito diferente do T, tadinho...
ResponderExcluirRi horrores, senhor espirituoso, continue nos brindando com suas memórias.
Beijos, meu amigo querido de todos os dias.
Ei meu irmão... ri muito, apesar de que, talvez tenha essa mesma dificuldade. Ou outras mais...
ResponderExcluirMas como disse a Milene, continue nos brindando com suas memórias, principalmente de caserna... rs
Saudades.
Bjus.
kkkkk ah como é bom retornar e encontrá-lo assim...nesse humor afinado. Como disse Glorinha, deve ter cada história prá nos brindar! Peço bis!!!
ResponderExcluirBeijuuss, recheados de sôdades, n.a.
KKKKK TADINHO ...HOJE NEM PRECISARIA DISSO NÉ RODOLFO FALA SÉRIO QUANTOS BRASILEIROS HOJE VÃO PARA OS EUA SEM SABER FALAR NEM OBRIGADA SRSR SRSR MINHA IRMÃ RENATA É PROFESSORA DE INGLES NA ESCOLA C.C.B.E.U. E FALA FLUENTE AS VEZES TENTO APRENDER AS PRONUNCIAS E ELA OLHA COM UMA CARINHA E DIZ NÃO É ASSIM E ARRASA NA PRONUNCIA E EU LOGO SAIO COM UMA ASSIM..
ResponderExcluirQUANDO FOR AOS EUA VOCE VAI DE TRADUTORA SRSR
MAS HOJE O T SE SAIRIA BEM ...O QUE NÃO FALTA E BRASILEIRO METIDO A BESTA VIAJANDO EM 36 VEZES NO VISA E FALANDOO BASICO ..PARA SE INDIVIDAR E COMER SRSRSR
ABRAÇOS AMIGOS
DEI RISADA POR AQUI HOJE SRSRSRS
OTILIA
kkkkkkkkkkkkkk...gosto mesmo de rir até de mim mesma e esta é uma ótima oportunidade...kkkk
ResponderExcluirCaracas coitado!
Agora, eu também acho que escrevo melhor do que falo amigo, não só em inglês.
Beijos,
Carla