sábado, 28 de setembro de 2013

Trovas 401-410

     Festa em Arapiraca amanhã. Para hoje, mais dez comentários-trovas inspirados nas postagens dos amigos. Estas são de fevereiro.

410- Zilani, 19/2/13
Sabedora de sua magia,
Conhecendo seu grande poder,
Zilani Célia em sua poesia
Traz na lua o seu bem-querer...

409- Regina, 18/2/13
O pássaro troca as penas
O peixe troca as escamas
De amor eu troco apenas
Se disseres que não me amas.

408- Marilene e Vera Lúcia, 18/2/13
Parabéns te dá um bruxo
Por dois anos de capricho
Neste teu blogue de luxo
Feliz qual pinto no lixo...

407- Dilmar Gomes, 18/2/13
O tempo é aquela estrada
Na qual de costas andamos
Só vendo a parte passada
Sem olhar pra onde vamos.

406- Denise, 17/2/13 (MSN)
Nas voltas que a vida dá
Há um tempo que não volta
Mas um tempo também há
Em que a vida corre solta.

405- Vera Lúcia, 17/2/13
Nos braços do meu amor,
Aos beijos de minha amada,
Prefiro NADA de DOR
Ou mesmo uma DOR de NADA...

404- Severa, 17/2/13
Menina, sereia, musa,
Sorridente a inspirar
O cantor da terra lusa
Que vem a ti versejar!

403- Milene, 15/2/13
Como não posso ofertar-te
As estrelas do Universo
Meu carinho quero dar-te
Em forma de prosa e verso.

402- Isa, 15/2/13
Os momentos de ternura,
De amor e felicidade,
Deixam sempre, na alma pura,
O perfume da saudade.

401- Rosa Branca, 15/2/13
Cinco trovas delicadas
E uma quintilha enxerida
Celebrando as madrugadas
E noites de tua vida...

     E para amanhã, um soneto. Para a Milene, meu presente é relembrar uma das suas mais belas crônicas, que ela publicou em junho de 2011, junto com um sonetinho meu:


Quem sou? Resto de sonho, de loucura?
Ou serei a essência, o sumo final?
Sou luz clara? Nasci da noite escura?
Sou retalhos de sonhos? Sou real?

Os sonhos que um dia foram chamas
Em cinzas se aquietaram afinal;
Mas novos surgem, irrompendo em flamas
Das brasas apagadas mal e mal.

Erguendo-me do leito, inda cansado,
Percebo ao lado o teu vulto indistinto
Testemunha de um sonho realizado.

Não é delírio, engano do instinto; 
É a prova que em meu sonho foi sonhado
Que é real todo o amor que por ti sinto.

     A crônica está em
http://petalarrosadinha.blogspot.com.br/2011/06/o-bruxo-e-flor-sonhando-em-prosa-e.html

     E vai junto um poeminha estrelado. Cada estrela da nossa bandeira representa um Estado. Por exemplo:


Alagoas - Sargas (teta scorpii)
Rio de Janeiro - Mimosa (beta crucis)
Paraná - Gama (gama trianguli australis)
São Paulo - Acrux (alfa crucis)
Minas Gerais - Palida (delta crucis)
Rio Grande do Sul - Atria (alfa trianguli australis)
     Portanto a nossa querida Milene também é de Escorpião...


Tu, que és gente de fibra
E mesmo sendo de Libra
Resides no Escorpião
Tu, que moras numa estrela
Chamada Sargas, a bela
Teta Scorpii, coração,
Recebe hoje, querida,
Por mais um ano de vida
A mensagem que te mandam
Tantas estrelas do céu;
Da Lu, nascida em Acrux
e de Gama do triângulo,
Que a Denise por acaso
Também é de Escorpião
De Pálida, da Regina,
Da Graça e da Marilene,
Da Mimosa da Simone
Da Sissym e da Marcinha
Da Margoh (e também minha);
De Atria que brilha no céu,
Estrela do Leonel.
E tantos, tantos amigos
E tantas, tantas estrelas
Que luzem na esfera anil
Da bandeira do Brasil!

     Feliz aniversário, linda!

Niterói, setembro de 2013
Rodolfo Barcellos

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Caça-rimas 16


      Solução do caça-rimas 15:

     Passeios no céu
     Milene - 2013

Há quem passeie nas nuvens
E só volte nos fins de tarde
Com o peito cheio de tudo
O corpo cansado do nada
E de pés fincados no chão
Há quem não queira ficar
Prefira mesmo voltar
Pra onde mora a saudade
Pra onde vive a lembrança
De quando era criança
E tudo era tão leve
A dor, se vinha era breve
E o bicho debaixo da cama
Corria assim que ouvia
A doce canção de ninar

     Caça-rimas 16
     Um dos meus primeiros sonetos-comentários foi inspirado pela Graça, em sua análise do livro da Lu:

Soneto-comentário                          BANCO
Rodolfo Barcellos - 2011                   DE RIMAS

Por três vezes iniciei um ________         1 -comentário.
Por três vezes apaguei-o, ________         2 -comentário.
Porém não me quedarei ________             3 -descontente;
Às belezas deste novo ________             4 -deste,

Cujo acervo, bela Graça, ________          5 -indiferente
Nos Recantos da nossa amiga ________       6 -Lu;
Nas palavras tão sublimes que nos ________ 7 -literário;
Escolhidas pela mestra que és ________     8 -medidas

Garimpaste tantas pedras ________          9 -preciosas
Que em quilates de lirismo são ________    10-queridas,
Na bateia de teu saber ________            11-recolheste

De tais gemas fazes jóias ________         12-relicário,
Tão brilhantes, tão formosas, tão ________ 13-tu.
Que merecem um soneto em ________          14-valiosas,

     Boa sorte aos caçadores.

sábado, 21 de setembro de 2013

Árvore

     "Para que simplificar, se podemos complicar?"

     O Decreto Federal nº 55.795, de 24 de fevereiro de 1965, instituiu a Festa Anual das Árvores, em substituição ao chamado Dia da Árvore, na época comemorado no dia 21 de setembro.
     O legislador preocupou-se com as minúcias fisiográfico-climáticas do Brasil. A festa deve ser comemorada durante a última semana do mês de Março na regiões Norte e Nordeste, e na semana com início no dia 21 de setembro, nas demais regiões. Na época, ninguém perguntou a minha opinião.
     Em Portugal, o Dia da Árvore festeja-se no dia 21 de Março.
     Dediquei estes versos à nossa saudosa poetisa Fátima Guerra, em setembro de 2011, seu aniversário. Ela era uma pastora de árvores...

Se...

Se eu fosse uma árvore
Caminharia, ao por do sol,
Até à beira da praia,
Às margens do Oceano,
Aos limites da Terra Conhecida.
E lá me inclinaria para beber,
No sal da água,
Toda a sabedoria do mundo
E a Ciência de mil Universos;
E faria pose para um fotógrafo vagabundo
Sabendo que tu me escolherias
E me colherias
Para consolar-me em acalantos,
Para embalar-me em teus versos,
Para me dormires em teus cantos,
Para me perderes em teus risos,
Para me encontrares em teus prantos.

Se eu fosse uma árvore
Eu te entregaria a minha última semente,
E tu me plantarias em teu jardim
(Ou em um pomar)
E cuidarias de mim
E me darias tua água,
Saciando minha sede,
Mitigando minha mágoa.
Podarias também meus defeitos,
Os meus galhos ressequidos,
Os meus ramos imperfeitos,
Os meus frutos apodrecidos,
Guardando-os, com cuidado,
Para te aqueceres nos teus dias frios.

Se eu fosse uma árvore
Eu lançaria sobre ti,
Apaixonadamente,
A minha sombra mais refrescante,
E te daria meus frutos mais doces
E as pequeninas flores amarelas e perfumadas
Que por vezes me brotam no outono.
E acolheria nos meus sete ramos os ninhos
De teus mais queridos passarinhos,
O Sabiá-Laranjeira,
O Beija-Flor,
O Canário-da-Terra,
A Rolinha Fogo-Pagou
E o Bem-Te-Vi.
E numa Samambaia-bailarina,
Pendurada por ti no meu galho mais baixo,
Viveria alegre um casal de Sebinhos.

E tu adormecerias à minha sombra,
Descuidada e feliz,
Entre os perfumes de mil flores,
Esquecida das dores,
Ao som do murmúrio do vento em minhas folhas,
Sentindo a carícia da brisa em tua face,
Ouvindo o gorjeio das aves ao teu redor,
Sonhando teus sonhos de paz e de amor.

E quando chegasse o tempo de nosso inverno final
Eu me desfaria silenciosamente em pequenos gravetos
(Sem que tu percebesses),
Para alimentar o fogo na lareira de tua velhice.
E em teu olhar cansado brilhariam reflexos de mim,
E tu sorririas, feliz...

E Deus sorriria para nós,
E a vida seria gloriosa,
Se eu fosse uma árvore...

Rodolfo Barcellos
Niterói, setembro de 2011 / setembro de 2013

     Nota: a imagem foi roubada do "Mar de Pensamentos", da Marcinha. O "fotógrafo vagabundo" é Carmem / Sheila / Luiz Borges. Como não há indicação de direitos de cópia, usei o critério mais comum - liberdade de uso não comercial, respeitados os créditos. Curiosamente, a foto é das margens da represa de Furnas - milhares de quilômetros distante do mar...

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Caça-rimas 15

     Solução do caça-rimas 14:
     Desilusão - Marilene


Agoniza o sonho
No nascer da aurora,
Noite insone e fria
Sem a companhia
Do que era esperado,
Cai a chuva fina
Chora a alma em rimas;

O jarro sem flores
Conta suas dores
E a beleza ausente,
Até ele sente
Que ficou vazio
Sem a excelência
Das rosas vermelhas
Das velas acesas
Que por sobre a mesa
Eram luz e vida.

As paredes guardam
O som dos sorrisos
E a foto do abraço
Que tanto encantava
Ora está rasgada
E jogada ao chão;

Todo o ambiente
Foi contaminado
Com a forte tristeza
Da desilusão.

*   *   *   *   *
Imagem: vide marca d'água
     Para este caça-rimas 15, eu andava sem ideias... até que, passeando nas nuvens do Face, tropecei neste poético chumaço de algodão...

Passeios no céu                          BANCO
Milene - 2013                            DE RIMAS

Há quem passeie nas ________             1 -breve
E só volte nos fins de ________          2 -cama
Com o peito cheio de ________            3 -chão
O corpo cansado do ________              4 -criança
E de pés fincados no ________            5 -ficar
Há quem não queira ________              6 -lembrança
Prefira mesmo ________                   7 -leve
Pra onde mora a ________                 8 -nada
Pra onde vive a ________                 9 -ninar
De quando era ________                   10-nuvens
E tudo era tão ________                  11-ouvia
A dor, se vinha era ________             12-saudade
E o bicho debaixo da ________            13-tarde
Corria assim que ________                14-tudo
A doce canção de ________                15-voltar

Neste céu de algodão doce
Ouvi a doce cantiga
Com que você, doce amiga
Quis doce me acalentar
Do seu canto-poesia
Nasceu o sol do seu dia, 
Canto docê meninar...

sábado, 14 de setembro de 2013

Sete sete-setes, XXXII

     Felizes são aqueles que caminham sem cuidado,
     Lançando às mancheias as sementes pelo chão;
     Nem todas ao cair sempre terão em flor brotado,
     Mas muitas ao passante com certeza alegrarão.

     (Comentário a Carla Fernanda, em "Jardineiro de Almas" - blog Amor Acordado, em agosto de 2011. São versos de 14 sílabas poéticas, conhecidos como versos bárbaros - designação que engloba todos os versos com mais de 12 sílabas. Dois anos depois, deram origem a um "soneto bárbaro", que os amigos já conhecem do caça-rimas 11.)

Moréia
XXXII.7- Sandra Subtil, 9/2/13
Onde estarão os campos
Que se vestiam de lírios?
Onde estarão os lírios
Que se vestiam de Deus?
Morreram os campos
Morreram os lírios
Morreram as vestes de Deus...

XXXII.6- Milene, 9/2/13
À galega não retruque
Acompanhe no cordão
A menina faz batuque
No meu pobre coração
Ela faz da poesia
Uma bela fantasia
A Denise tem razão...

XXXII.5- Sandra Subtil, 7/2/13
Essa voz que nos discursa
Tem duas fontes de luz:
A tua é o rabo da Ursa
A minha é o pé da Cruz;
E sobre as ondas do mar
É preciso navegar
Onde o Amor nos conduz.

XXXII.4- Marilene, 7/2/13
Amor que não vaga ao léu,
Amor que enche o coração,
Sem deixar de amar no céu
Tem os pés firmes no chão;
Este vale, sim, a pena
Que escreve essa rima amena
Ao toque de tua mão.

XXXII.3- Catia, 7/2/13
Tens marcado, com firmeza,
O Norte do coração;
Mas nos versos, com certeza,
És ave de arribação.
Foges, talvez, de um inverno
Que nunca será eterno
Mas voltarás no verão.

XXXII.2- Rayane e Jéssica, 5/2/13
Questão de gosto, e eu detesto,
Mas detesto mais pensar
Que te pareça protesto
O meu jeito de falar;
Portanto, fraco ou forte,
Defenderei até à morte
Teu direito de gostar!

XXXII.1- Rosa Branca, 3/2/13
Fizeste de cinco trovas
E de mais uma quintilha
Um poema cujas provas
São em cada redondilha
Na vida dos sentimentos
Certidões de nascimentos
Até o formal de partilha.

Niterói, setembro de 2013
Rodolfo Barcellos

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Caça-rimas 14

Solução do caça-rimas 13:

Meus versos loucos
Que em rimas ocas
Saem aos poucos
De minha alma
Sangrando tristes
Porque existes
São gritos roucos
Em tantas bocas
Que ouvidos moucos
Ouvem em calma
Meus versos loucos
Que em rimas ocas
Saem aos poucos
De minha alma
Sangrando tristes
Porque existes
São gritos roucos
Em tantas bocas
Que ouvidos moucos
Ouvem em calma
Pois que insististe
De novo ouviste
Meus versos loucos

     Para o Caça-rimas 14, fui buscar um delicado poema de nossa amiga Marilene:

Desilusão                                BANCO
Marilene, outubro de 2011                DE RIMAS

Noite insone e ________                  1 -abraço

Sem a ________                           2 -acesas
Do que era ________                      3 -ambiente
Cai a chuva ________                     4 -ausente,
Chora a alma em ________                 5 -chão;

O jarro sem ________                     6 -companhia

Conta suas ________                      7 -contaminado
E a beleza ________                      8 -desilusão.
Até ele ________                         9 -dores
Que ficou ________                       10-encantava
Sem a ________                           11-esperado,
Das rosas ________                       12-excelência
Das velas ________                       13-fina
Que por sobre a ________                 14-flores
Eram luz e ________                      15-fria

As paredes ________                      16-guardam

O som dos ________                       17-mesa
E a foto do ________                     18-rasgada
Que tanto ________                       19-rimas;
Ora está ________                        20-sente
E jogada ao ________                     21-sorrisos

Todo o ________                          22-tristeza

Foi ________                             23-vazio
Com a forte ________                     24-vermelhas
Da ________                              25-vida.

sábado, 7 de setembro de 2013

Trovas 391-400

     Quatrocentos comentários! Quatrocentas trovas e quadras! Mil e seiscentos versos! Número redondo, medida exata da capacidade inspiradora dos escritos dos amigos...

400- Margoh, 15/2/13
E o grito aflito,
Maldito, bendito,
É o rito contrito
Do amor e da paz...

399-Evanir, 15/2/13
Aqui mora a poesia
Aqui reside o esplendor
Aqui é o lar da harmonia
Aqui habita o amor.

398- Sandra Subtil, 15/2/13
No útero úmido e escuro
Da noite morna e silente
Gesta-se a aurora candente
Por quem anseio e procuro...

397- Vera Lúcia, 15/2/13
Há quem viva pra gastar,
Há quem gaste pra viver.
Há quem viva pra poupar,
Há quem poupe pra morrer.

396- Denise, 14/2/13 (Face)
Quando a própria Poesia
Faz um poema pra gente
O coração se arrepia
A alma fica mais quente...

395- Mariguedes, 9/2/13
Embora esteja cansado
Eu tento ainda lutar
Por quem está ao meu lado
Cansado de descansar.

394- Margoh, 5/2/13
No tumultuar das praças,
No silêncio das esperas,
Eu não sei se te ultrapassas
Mas por certo te superas.

393- Sissym, 5/2/13
Perdidas jóias: morrer
Nas profundezas do mar
Perdidos sonhos: achar
Nas profundezas do ser.

392- Marcia, 5/2/13
O amor-poema é soneto,
O amor-dança é pas de deux,
O amor-canção é dueto,
O amor-perfeito é você.

391- Isa, 30/1/13
Esse quase auto-retrato
Descreve com perfeição
Como um sentir abstrato
Se realiza na paixão.

Niterói, 7 de setembro de 2013
Rodolfo Barcellos

PS: E viva o Brasil!

Minha Pátria não é o maior rio do mundo.
Não é o pulmão do planeta.
Não é um país-continente.
Minha Pátria é gente.

Minha Pátria não é guerra - são guerreiros.
É Amor, é Dor, é Vida,
É o dedo na ferida,
O protesto, a indignação.

Minha Pátria são amigos,
São irmãos, filhos e netos.
São os sonhos realizados,
São aqueles não sonhados,
Até mesmo os incompletos
(Não só meus - os teus também).

Minha Pátria está nas ruas,
Nas casas, nas oficinas,
Nos balcões de atendimento,
Nos hospitais, nos quartéis,
Nos estádios, nos teatros,
Nas catedrais, nos bordéis,
Nas praças e nas esquinas,
Nos mercados, nas vitrinas,
Nos esportes populares,
Nos eventos culturais;

Está também nos jazigos,
Nas escolas, nos abrigos,
Na fila de idosos no banco,
No trem de subúrbio enguiçado;

Minha Pátria é alvo de balas perdidas,
Passageira de bondes sem freios,
Refém de corruptos e ladrões.

E neste Dia da Pátria
Ela está principalmente
Naquele grupo da frente
De velhos e anciões
Que abre o desfile imponente
Para tanques e aviões,
Para fuzis e canhões
(E a cada ano que passa
Diminui constantemente).

Minha Pátria sou eu.

És tu. Somos nós.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Caça-rimas 13

     Solução do caça-rimas 12:
BRUNA

Tão livres como o voo de uma ave,
Tão negros como a asa da graúna,
Ao sopro deste brisa tão suave
Ondulam teus cabelos, bela Bruna.

E os olhos? Estes olhos misteriosos
Que deixam escapar centelhas quentes
Por entre cílios longos, cetinosos,
Faíscas que vêm só de almas ardentes!

Teu rosto franco, claro, sem enganos,
Teu riso leve, doce e rosado,
Nos lembram os dos anjos lá do céu.

Mas já em teus tão poucos, verdes anos,
Farás um coração enamorado
Aos beijos destes teus lábios de mel!

*     *     *     *     *
     Um rondó, no sentido mais amplo, é uma composição poética onde os versos se repetem. Achei esse esboço perdido entre os meus rascunhos e achei que seria mais desafiador para meus companheiros de caçadas.

Rondó - 2011                             BANCO
Rodolfo Barcellos                        DE RIMAS

Meus versos ________                     1 -alma
Que em rimas ________                    2 -alma
Saem aos ________                        3 -bocas
De minha ________                        4 -bocas
Sangrando ________                       5 -calma
Porque ________                          6 -calma
São gritos ________                      7 -existes
Em tantas ________                       8 -existes
Que ouvidos ________                     9 -insististe
Ouvem em ________                        10-loucos
Meus versos ________                     11-loucos
Que em rimas ________                    12-loucos
Saem aos ________                        13-moucos
De minha ________                        14-moucos
Sangrando ________                       15-ocas
Porque ________                          16-ocas
São gritos ________                      17-ouviste
Em tantas ________                       18-poucos
Que ouvidos ________                     19-poucos
Ouvem em ________                        20-roucos
Pois que ________                        21-roucos
De novo ________                         22-tristes
Meus versos ________                     23-tristes

     Boa caçada, amigos!