terça-feira, 28 de agosto de 2012

Sempre aos domingos

Foto: Rodolfo Barcellos

Teu descanso parco foi-te,
Foi-me longa a boemia;
Eu te digo "Boa noite..."
Tu me respondes "Bom dia!"

Vais enfrentar teu batente,
Eu vou pra cama dormir
Enquanto ela inda está quente
Para teu calor sentir.

E assim vamos levando
Nossa vida atribulada:
Tu saindo e eu chegando
Às cinco da madrugada.

E à tardinha um fugaz beijo
Quando voltas, fatigada,
"Bom dia!" - eu te desejo;
"Boa noite..." - dizes cansada.

Pego um troco da mesada
Se podes me adiantar;
E lá vou eu pra noitada
Enquanto vais descansar.

Mas quando o domingo chega
Não tem trabalho ou boemia
E contigo, minha nega,
É amor de noite e de dia!

Niterói, agosto de 2012
Rodolfo Barcellos

     PS: Aproveito a oportunidade para corrigir uma omissão, agradecendo à querida amiga Regina Rozembaum a sugestão de participar do Concurso Novos Poetas 2012 - Prêmio Sarau Brasil - no qual fui classificado em 9° lugar com o poema "Inverno".

sábado, 25 de agosto de 2012

Trovas 131-140

     "Trova", stricto sensu, é uma forma fixa de poema, em uma quadra, com metro heptassilábico (redondilhas maiores), rimas cruzadas, sem título e com sentido completo. Tomei a liberdade de incluir nessas minhas mini-coletâneas algumas quadrinhas que fogem a essa definição, pois a maioria veio de comentários aos "posts" de amigos (estas aqui foram feitas em março e abril), ao sabor da inspiração que me nasceu de sua leitura. Meu abraço a todos.
Foto: Rodolfo Barcellos
140- Cecília, 9/4/12
Bem-aventurados os que enxergam
Nas coisas simples a beleza
Da alegria que carregam
Pois deles é a Natureza.

139- Carla, 9/4/12
Porto seguro e guarida
Pra quem veio de alto mar
Navegando pela vida,
Sobre as ondas velejar...

138- Marilene, 9/4/12
Teus talvezes são certeza
De amor e de loucura;
Cada dia uma surpresa,
Cada noite uma aventura!

137- Marcia, 9/4/12
Traduzes em belos versos
Os sentimentos profundos
Que habitam teus universos
E povoam os teus mundos.

136- Carla, 8/4/12
Vento "Amor" no ar escreve,
Cai a tarde, cai a neve,
Floco frio, floco leve,
Feliz Páscoa! Volta breve!

135- Regina, 5/4/12
E quem crê que não merece
Ter tudo o que tem, enfim,
Não adianta rezar prece;
Tem que aguentar mesmo assim.

134- Carla, 5/4/12
Nas fotos o tempo se inverte:
Tanto mais jovens ficamos
Quanto mais velha e solerte
É a data em que clicamos...

133- Carla, 3/4/12
Cobrirei a tua aposta
E mesmo que perca a mão
Dar-te-ei como resposta
Um beijo no coração...

132- Marcia, 29/3/12
Mas se esse amor faz-de-conta
Não dá conta do que fez
A paixão fica mais tonta
E conta: "Era uma vez"...

131- Marcia, 29/3/12
Das minhas musas queridas
Daqui, dali, de acolá,
Todas me são preferidas,
Mas ninguém mais perto está.

Niterói, agosto de 2012
Rodolfo Barcellos

     PS: Aproveito para parabenizar os aniversariantes da semana: minha querida sobrinha Thaís, Alexandre, Araci, a mana Dôra e a querida nora Aline, esposa do meu caçulinha Luiz Cláudio e mãe de minha linda netinha Ana Helena. E se esqueci de alguém, paciência... com o passar do tempo, a família cresce e a memória encolhe. Beijos e abraços a todos.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Vol de Nuit


     Belíssimo fim de tarde de inverno. Céu sem nuvens, pra brigadeiro nenhum botar defeito.
     Decolei da pista 02R do Santos-Dumont um pouco antes do por do sol, no meu Cessninha canela dura. Ignorei as advertências do Controle de Tráfego Aéreo e sobrevoei a baixa altura a ponte Rio-Niterói, iniciando então uma lenta curva à direita.
     À minha frente, desfilaram ao longe as praias de Niterói. Boa Viagem, Icaraí, São Francisco...
     Resisti à tentação de aproar diretamente para Itaipu e sobrevoar minha casa. Meu destino era outro.
     Continuei a curva, a barra da baía perpassando devagar no para-brisas, da direita para a esquerda. Sobre o horizonte marítimo as primeiras estrelas surgiam, ainda pálidas ao lusco-fusco.
     À direita assomava agora, à distância, o Pão de Açúcar. Ajustei a altitude preparando um novo rasante e aproei para lá.
     Desliguei o rádio VHF, onde o Controle me ameaçava com a anulação do plano de voo e a suspensão de minha licença de piloto. Desliguei antes que ameaçassem acionar os caças da FAB para interceptar e derrubar meu inofensivo teco-teco.
     Passei a poucos metros de um dos bondinhos suspensos. Pude imaginar o susto e o pânico que causei entre os passageiros.
     Mas estava na hora de rumar para o meu verdadeiro alvo - o Cristo Redentor.
     Após um rápido olhar à lagoa Rodrigo de Freitas e ao Hipódromo da Gávea, avancei a manete de potência, exigindo do Lycoming cada cavalo que seus quatro cilindros podiam fornecer; e iniciei uma nova curva para a direita, em subida, até aproar diretamente para o maciço do Corcovado.
     Apesar da claridade ainda forte no horizonte oeste, pude distinguir claramente as luzes vermelhas no topo das imensas torres das antenas de TV e telecomunicações no Sumaré; e à direita delas, a silhueta magnífica da imponente estátua do Redentor.
     Centralizei a silhueta no meu para-brisas e estabilizei o Cessna a 2.200 pés de altitude, reduzindo a potência para manter a velocidade em 70 nós. Enquanto executava a aproximação, liguei o rádio na frequência do MSN, e imediatamente ouvi:

Milene diz:
*QUER VER SE COMETI ATENTADOS NA POSTAGEM DE AGORA? É CURTINHA...
Rodolfo diz:
*Gozado... você falando em atentados e eu com um avião aproado diretamente para o Cristo Redentor...
Milene diz:
*Não faça isso!

     Ela me veio com o sonho de uma cobra no azulejo - não tenho certeza se quem estava sonhando era ela ou era a cobra. Ajudei-a a consertar uma cerca desconjuntada e voltei minha atenção para a pilotagem.
     Bem em tempo. Meu alvo estava próximo, e crescia a cada segundo. Fiz os últimos pequenos ajustes para assegurar um enquadramento perfeito... e apertei o botão.
     Eis o resultado.

Imagem gerada pelo Flight Simulator 2004 da Microsoft, com o cenário add-on Wonderful Rio, através do Paint, com o uso da tecla Print Screen

     Para finalizar: obtida a imagem desejada, retornei e pousei em segurança no Santos-Dumont. E como ninguém me deu voz de prisão, posto aqui esta matéria, para que os amantes dos voos, reais ou simulados, possam apreciá-la.

sábado, 18 de agosto de 2012

Sete sete-setes, VII

     Este é o sétimo conjunto de sete sete-setes... e a VII.7 calhou de ser, pela ordem cronológica, a que fiz para celebrar os 16 anos (noves fora, 7) do meu neto Daniel.
Daniel, guitarrista da banda "Reverso", e o amigo Dudu

VII.7- Daniel, 7/6/12
Já o bardo a velha lira
Em guitarra transmudou;
E o alaúde - confira -
Um teclado já virou.
E um moderno menestrel,
O meu neto Daniel
Seus dezesseis festejou!

VII.6- Leninha, 3/6/12
Caminha a sabedoria
Com nossos anos de vida
Transformando em poesia
A experiência vivida;
Ensinando esperança,
Transmitindo confiança,
Sempre na justa medida.

VII.5- Milene, 3/6/12
Sei que ocê me concedeu
Um crédito ilimitável;
Isso é bão, porquanto eu
Te considero impagável;
Sem "se" ou "mais" nóis vai junto,
"Presenciá" no bestunto
Nesse "à distância" agradável...

VII.4- Sissym, 2/6/12
O teclado é a paleta,
O monitor é a tela;
Teus dedos, pincéis de esteta,
Cada verso, uma cor bela;
O teu blog é a moldura
A poesia é a pintura
Nesta linda aquarela.

VII.3- Isa, 2/6/12
Quando instantes de silêncio
Ganham voz na poesia,
O metro solto, dispense-o,
A rima livre e vadia,
Como pode a poetisa
Dizer, pela voz da Isa,
Que nos versos silencia?

VII.2- Marilene, 23/5/12
O "agora" é um fragmento
Que foi do tempo roubado
Para viver um momento
De amor urgente e apressado,
Onde a eternidade hesita
E cabe, mesmo infinita,
Num momento fragmentado...

VII.1- Denise, 22/5/12
Precisava de um abraço
Gostoso, apertado, quente,
Que afastasse o cansaço
E o frio que invade a gente,
Mas não só pra este dia;
Quisera, da Poesia,
Um abraço permanente...

Niterói, agosto de 2012
Rodolfo Barcellos

     PS: Parabéns ao amigo e aniversariante de hoje, João Esteves.
     PPS: Amanhã uma leoa de juba dourada celebra também seu natal. Ano passado, meu PC me traiu e a homenagem que eu tinha preparado teria se perdido, não fosse a ajuda da Milene. Portanto adianto, para nossa querida Regina, o acróstico que é meu presente deste ano, e rememoro os presentes do último ano, com ligeiros retoques.
Celebrando a vida - por Regina Rozembaum
     ACRÓSTICO - 2012
             Recordando o que soubeste
             Evocar do teu passado
             Grande o amor com que pudeste
             Incluir-nos a teu lado
             No ano em que recebeste
             Aplausos de um bruxo amado

             Rainha das alterosas
             O teu nome cheira a rosas
             Zodíacos de leões
             Em busca das emoções
             Mais belas que o tempo dá
             Belo Horizonte hoje é
             A primavera do amor
             Um canteiro para a flor
             Mais preciosa que há!



     POEMA PARA UMA FELINA - 2011, postado por Milene


Diz Regina Rozembaum
Com sotaque das Gerais:
"Ser mineira é muito baum,
Ser mineira é baum dimais!"
Essa leoa indomada
Que se diz domesticada
Com sua juba dourada
Num divã enrodilhada
É em verdade comprovada
Uma gatinha mimada
Uma mulher encantada
Rainha, sereia e fada
Ora menina assanhada
Ora adulta equilibrada.
Essa querida menina,
Essa moça leonina,
Cujo nome é Regina...
Essa nossa amiga amada,
Preciosa e apreciada,
Nesta data festejada
Será homenageada.

Minha amiga querida,
Quero ofertar-te uma rosa
Que é de praxe no evento;
E meu único lamento
É que não é tão formosa
Que te seja merecida.
Na Lei Maior está posto,
Isso já foi decretado:
Em dezenove de agosto,
No Divã é feriado.
E quando esses versos leres
Ouve a cantiga das almas,
O pulsar dos corações,
Celebrando teus viveres
Na cadência destas palmas,
No ritmo de mil canções.

E tu pensas, minha amada,
Que os anos de tua vida
A ti foram presenteados?
Não te enganes, querida:
Pois de ti nasceu a vida
Que a teus anos foi doada.
Não celebres, minha amada,
A vida que eles te deram;
Celebra antes, querida,
Os anos que deste à vida;

Não te aflijas com  a meta
Que não te foi alcançada;
Celebra a coragem tua
Em buscá-la, esforçada;
Pois a busca, a aventura,
É o alvo a ter em vista;
É mais sublime a procura
Que a alegria da conquista;
Melhor do que "ter" o prêmio
É "ser" bom competidor;
Pois dessa procura nascem,
Por mais que os anos passem,
Esperança, paz, amor!

     "Não podemos acrescentar dias à nossa vida, mas podemos acrescentar vida aos nossos dias."
     (Cora Coralina)
Imagem: Internet
     Ainda em 2011, mas com dez dias de atraso, o Sete Ramos desempacou e saíram mais dois presentinhos.

     1: POEMA DOS NOMES TEUS - 2011

Chamas-me teu bruxo amado
E à Mi, minina-ternura;
Rêzina da Grória - jura
Um Peludim avoado -
Sabe dar nome acertado
Porque tem a alma pura;
Cada amigo conquistado
Tem seu nome confirmado
Tem sua alcunha segura.
A Ma, a Amélia, a Denise
Foram por ti batizadas;
E a mais quem quer que precise,
A todos a quem tu amas,
Em cada nome derramas
Gotas de amor perfumadas.

     2: SONETO DA AUSÊNCIA - 2011

Querida Leoa Indomada,
Mais um ano celebrando,
Sem Internet, sem nada,
Eu só mesmo imaginando

Para abraçar-te, amada,
E desejar-te, querida,
Muitas vidas mais de fada,
Muitos mais anos de vida;

Nesta singela homenagem,
Recebe todo o afeto
Que vem do meu coração;

E assino esta mensagem:
Rodolfo, o Bruxo dileto,
Teu amigo, teu irmão.

     Feliz aniversário, Rê!

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Depois do futebol

Imagem: Internet

     A CBF faria bem em contratar a Evgenya Kanaeva  para ensinar ao Neymar certas intimidades com a bola. A moça eslava dá show no quesito.
     E também no bambolê a menina é fera, e nossos craques precisam pelo menos aprender a rebolar com mais estilo e ritmo.
     E as cobrinhas? Aqueles arabescos que ela desenha no ar, se transpostos para a grama desorientariam qualquer esquema defensivo que os adversários queiram montar. Nossos velhos lençóis e chapéus não foram páreo para os ponchos e sombreros astecas.
     E se clamarem pela pureza de nossas origens no nobre esporte bretão, vejam a mestria com que ela joga os malabares. É massa! Os projetos de craques que se exibem frente aos carros, nas nossas esquinas, certamente encontrariam mais oportunidades de acesso às divisões de base, se ela se dispusesse a ensinar-lhes uns truquezinhos.
     Mudando um pouco o foco, não consigo ver nas meninas do nado sincronizado mais que meros bonecos de mola. A admirável sincronicidade dos movimentos é conseguida às expensas da fluidez, da naturalidade e da graça dos gestos e aquele sorriso pintado e aparafusado nas caras de pau não vale a multiplicidade das expressões das meninas do vôlei... ah, aquelas meninas do vôlei! aquelas mulheres! aquelas deusas! aquelas brasileiras!
Imagem: Internet

     E aquele brasileiro, o Zanetti, estátua de Michelângelo dominando as argolas?
     Parabéns a todos os atletas brasileiros, medalhistas e não medalhistas - se bem que, cá entre nós, a prata no futebol não teve o mesmo brilho da prata do vôlei masculino (parabéns ao técnico russo, que desafiou os cânones do jogo e virou o resultado).
     E vamos para a próxima!

sábado, 11 de agosto de 2012

Trovas 121-130

     A maioria destas trovas, assim como as anteriores, nasceu em comentários às postagens dos amigos. Algumas foram levemente adaptadas para conferir-lhes a individualidade característica de uma trova, às vezes prejudicada pela dependência ao assunto comentado. Quase todas são de março. E a 126 foge à forma geral das trovas - os versos são redondilhas menores (cinco sílabas apenas), em vez de maiores (sete sílabas poéticas).
Imagem: Internet
130- Carla, 28/3/12
Você, menina, existe
Pra dar exemplo pra gente,
Pois mesmo quando está triste
Joga o jogo do contente.

129- Mari Guedes, 27/3/12
Os sonhos que eu pretendo
Começo mas nunca acabo;
Pois meu tempo anda correndo
Atrás de seu próprio rabo.


128- Lu Nogfer, 27/3/12
Tua palavra engasgada
Numa postagem futura
Chega a nós representada
Por um arauto à altura.


127- Denise, 26/3/12
 Minha bela poesia
 Chegou fazendo psiu,
Enquanto no céu eu via
A lua que ela viu.

126- Ma/Lu, 26/3/12
Cerâmica em verso,
Poema em argila;
À arte-universo
Vamos comparti-la.


125- Carla, 26/3/12
Há quem ame pra viver,
Há quem viva para amar;
Mas é preciso aprender
O amor vivenciar.


124- Regina, 24/3/12
Daquele ser bem-amado
Que doou amor em vida,
Quanto mais amor doado
Mais a saudade é doída...


123- Evanir, 24/3/12
Nesta bateia dourada
Tu nos trazes, garimpeira,
Feitiços de uma fada,
Fados de uma feiticeira.


122- Marcia, 24/3/12
Dias cinzentos conduzem
À noite tranquila e calma
Quando os sonhos nos traduzem
Descanso de corpo e alma.


121- Sandra Subtil, 24/3/12
Poesia gabriela
De uma beleza singela,
Sabor de cravo e canela
Cantada no dia dela...


Niterói, agosto de 2012
Rodolfo Barcellos

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Prêmio Sarau Brasil



     A amiga Graça Lacerda convenceu-me a participar do Concurso Nacional Novos Poetas - 2012 (Prêmio Sarau Brasil), e tanto eu como ela obtivemos classificação. Nossos poemas foram publicados nesta bela antologia da Vivara Editora, com mais de duas centenas de outros, selecionados entre milhares de participantes. O meu poema "Inverno", 9° colocado, está na página 25; e o belo poema da Graça, "Sextilhas de uma Vida", na página 124. "Inverno" foi publicado no "Sete Ramos" em junho de 2011 - para lê-lo clique AQUI.

     À amiga Graça, obrigado pelo incentivo e parabéns pelo prêmio alcançado.

Niterói, agosto de 2012
Rodolfo Barcellos

sábado, 4 de agosto de 2012

Sete sete-setes, VI

     Quando resolvi buscar um efeito estético na composição destas estrofes de sete versos de sete sílabas, a que chamo de sete-setes, estabeleci como norma um esquema de rimas ABABCCB ou similar, mas com duas condições sine qua non: rimar obrigatoriamente o penúltimo verso com o antepenúltimo e evitar versos órfãos de rimas.
     Casa de ferreiro, espeto de pau... na sete-sete VI.4, a borboleta deixou para trás casulo, rimas e regras e voou em verso livre e solto, sem que o poeta nada pudesse fazer.

Presente precioso da amiga Graça Lacerda

VI.7- Graça, 22/5/12
Qualquer segundo roubado
Do teu tempo precioso
Para estar a meu lado
Nunca será ocioso;
Permitindo teus misteres,
Volta sempre que puderes
Com teu comentário honroso.

VI.6- Leninha, 22/5/12
Esses petrechos pendentes,
Esses cobres reluzentes,
Essa Singer de costura,
São a perfeita moldura
Para a imagem perfeita
De uma família eleita
Da amizade mais pura!

VI.5- Sete Ramos (parafraseando Carla), 19/5/12
É bom para trás olhar
E ver quanto caminhamos,
É como experimentar
Um sabor do qual lembramos
O gostinho do infinito
Ou o mais perto do dito
Que a gente pode chegar...

VI.4- Denise, 3/3/12
Ao beijar teu coração
Vi um casulo aberto.
Onde voa a borboleta?
Voa em busca da canção;
Baila num sonho desperto,
Voa com destino certo,
Para a luz, para a amplidão!

VI.3- Regina, 19/12/11
Aquela foto tremida
Só tem uma explicação:
Não sendo pela bebida,
Com certeza é de emoção...
Você retratou a vida
Dessa família querida
Nas lentes do coração.

VI.2- Anne Lieri e Severa, 13/12/11
Mas onde quer que eu vá
Nessa imensa blogosfera
É um tal de encontrá
Essa menina, a Severa!
Pra você eu quero dá
Beijo de maracujá
E outro pra Anne, que é fera!

VI.1- Lu Nogfer, 13/12/11
Belíssimos quintanares,
Feitos, com toda a certeza,
Para que, com teus cantares,
Louvasses a natureza,
O amor, a amizade,
A ternura, a bondade,
A verdade e a beleza.

Niterói, agosto de 2012
Rodolfo Barcellos


PS: E por falar na Graça, lembrei...

     Ano passado eu ia metendo os pés pelas mãos. As duas fazem aniversário no mesmo dia, e eu tive que remendar às pressas a postagem devido a um erro no teclar um CTRL+C em lugar de um CTRL+V.
Pois antes que a minha memória me traia novamente, deixo aqui os parabéns às aniversariantes Graça Lacerda e Amélia Costa, esperando que me perdoem a brincadeira... e que os amigos se divirtam completando as rimas.


Querida Amélia C....
Querida Graça Lac....
Se a lembrança é imp....
Ou se a memória é l....

Qual trem subindo a enc....
Em curvas direita-esqu....
Resfolegando em resp....
À velocidade em p....

Ou na janta a mesa p....
A hora passando l....
Assim como quem não g....
De pururuca com c....

Querida Amélia C....
Querida Graça Lac....
Memória de velho é uma b....!
Memória de velho é uma m....!


     Mas não devo limitar esta homenagem a uma brincadeira de gosto talvez duvidoso, e peço licença às duas queridas amigas para exercitar a memória de velho, relembrando dois sonetos de um ano atrás.
     Para Amélia, versos heroicos em portunhol:
No início de 2011 o "blog" da Amélia alcançava a marca de 500 seguidores.
Alma minha, inquieta, que sorriste,
De Porto Cale en sonrisa ardente,
Trazendo brisas de estio caliente
Para aquecer el nuestro inverno triste,

Se de Castela as armas não herdaste
Pois sob o signo de Leão nasceste,
A las dos Casas tu destino deste
Nas doces falas com que nos falaste;

Y hoy, que el cumpleaños tu celebras,
Permite que este amigo do Ocidente
Te diga nesta fala misturada

Quão fortes son los hilos y las hebras
Desta amistad que mantém tanta gente
Unida aunque esté tan separada!

     E para Graça, versos undecassílabos com menções à sua cidade, Pouso Alegre, e aos títulos de seus "blogs":


Desce hoje, em pouso alegre, um anjo à Terra
Celebrando mais um ano de alegria
Desta amiga que em sua alma encerra
Botões de madre, pérolas de harmonia;

Um anjo de prata, um coração de ouro,
Que em desafio às agruras desta vida,
Faz da amizade seu maior tesouro
E entre nós a derrama, sem medida;

E na data em que nós todos te abraçamos
Com o carinho que cresce na razão
Bem direta do quadrado da distância,

Ouve, querida, o canto que entoamos
Em tua honra, nesta celebração
Ao som de tanta pompa e circunstância!


     Parabéns, moças queridas! Felizes aniversários!