quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Plágio


Cópia do DNA
   O plágio, muitas vezes considerado o vilão máximo da criação musical e literária, é usado por praticamente todos os poetas - desde os grandes vates universais aos simples bardos menores, como eu (ainda) me considero. E como instrumento de aprendizado e aperfeiçoamento, seu valor é precioso. Se você, que me lê, tem veleidades de cometer suas poesias, não tenha receio de plagiar - mas sempre indicando a fonte que inspirou seu plágio.
   E aqui está uma pequena amostra das inúmeras clonagens que eu - e outros - perpretamos...


Camões - Os Lusíadas:
As armas e os barões assinalados
Que da Ocidental praia Lusitana,

Por mares nunca dantes navegados
Passaram ainda além da Taprobana...

   Plágio meu:

As estirpes e gentes afamadas
Que do planalto altivo paulistano,
Por selvas nunca dantes desbravadas
Passaram muito além do Meridiano...


   Petrarca (1304-1374):
Questa anima gentil che si diparte,
Anzi tempo chiamata a l'altra vita,
Se lassuso è quanto esser de gradita,
Terrà del ciel la più beata parte.


   Camões (1524-1580), plagiando Petrarca:
Alma minha gentil, que te partiste
Tão cedo desta vida descontente
Repousa lá no Céu eternamente
E viva eu cá na Terra sempre triste.

   E eu plagiei o plágio para dar as boas-vindas à minha primeira seguidora lusitana - a minha querida Amélia, a Alma Inquieta do blog "Estados de Alma" - no meu "post" de 19 de abril - "Lilienthal":

Alma minha, inquieta, que sorriste
A mim num beijo com sabor do Tejo,
Tornando alegre minha alma triste,
Bem-vinda sejas! Tudo te desejo.

   E aproveitei  o embalo para dar as acolhidas ao seu inseparável alter ego literário - o Sergio, do "El Puente" (Argentina):

E tu, que constróis pontes de amizade,
Vencendo léguas, anos e olvido,
Para aliviar meu peito tão sofrido,
Bem-vindo sejas! E fica à vontade!

   Pois não é que hoje, dia 12, ao fazer minha visita habitual à amiga Pat, de "Sincronicidadess",  deparei-me com um belo "Quintana"?! De imediato me inspirou um clone-comentário...



   Mário Quintana:
Não te irrites, por mais que te fizerem...
Estuda, a frio, o coração alheio.
Farás, assim, do mal que eles te querem,
Teu mais amável e sutil recreio...
 

   Plágio meu:
Não exultes, por mais que te elogiem...
Serenamente julga a lisonja alheia.
Distinguirás, assim, aqueles que sorriem,
Dos que te cumprimentam com a boca cheia...

   Pois então... vamos plagiar e imitar os bons!

10 comentários:

  1. Barcellos,
    Você não imagina como me sinto aliviado em saber que até os grandes plagiaram. Eu plagiei alguns textos, mas sempre indiquei as fontes de meus plágios. Quanto a poesias, quero fazer uma confissão: Desde meus tempos de FAB cometo uns "Hai Kai" bem sem-vergonhas que não publico jamais. Gosto de me considerar poeta, mas não tenho coragem de mostrar o produto de minha mente "lírica" para ninguém. Abraços, JAIR.

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  2. Amigo Bruxo Barcellos "o plagiador" dos bão....

    To contigo amigo véi, Sô adepto do Genérico dos quais em muito já fiz uso apenasmente transformando em algo mais com a cara do Xipan Zeca.... rsss

    Parabéns seu moço....
    fapt sem malicia
    Tatto

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  3. Olá Rodolfo,

    a tua primeira seguidora lusitana emocionou-se a ler-te, sabias?
    Hoje estou com a sensibilidade à flor da pele, porque faz amanhã um ano que o meu sogro me deixou...:(
    Não imaginas como me fez bem ler o teu plágio que a mim... sabe a original.

    Um beijo e muito obrigada pelo carinho.

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  4. Olá, moço plagiador de obras alheias e multiplicador de emoções. Bacaninha sua sensibilidade em homenagear seus amigos. O resultado dos plágios, incrível como sempre és.

    Beijos!
    Cuide-se!

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  5. Tô começando a acreditar que tô na turma errada... carecendo inté de dicionário para fazer a diferença... e depois de tão afetuosa e merecida homenagem - com "plágios" líricos - revestida dos meus poderes de batismo (Rainha) o nomeio, consagro Bruxo Vate de nossa blogosfera! E tenho dito.
    Beijuuss n.c.

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  6. Que lindo você... és um plagiador do bem!

    Obrigada imenso por tuas palavras sempre especiais, teu olhar certeiro no meu canto de devaneios.

    Um beijo com todo carinho.

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  7. Até para plagiar é preciso ter capacidade...
    Nem plagiando eu conseguiria fazer versos como os mostrados acima.
    Mas, afinal, nada se cria, tudo se copia...
    Êpa! Estou plagiando Lavoisier!
    Abraços!

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  8. Rodolfo


    obrigada pelo carinho....

    Tô feliz....

    obrigada...sempre


    beijocas

    Loisane

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  9. Não são plágios, são inspirações e influencias poéticas... Eu me inspiro em todos voces, sempre.
    Beijos.
    Vou ali em Re, ver o que se assucede...

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