5- HMHMHMHMHMHMHMHM HMHMHMHMHMHMHMHM
4- H M H M H M H M H M H M H M H M
3- H M H M H M H M
2- H M H M
1- H M
VOCÊ
Esta é sua árvore genealógica nas últimas cinco gerações, desde os seus tetravós, a não ser que você tenha brotado de uma couve ou seja uma ovelha chamada Dolly.
São uns 150 anos, contando sua idade. Seus ancestrais somam, nessas gerações:
1+2+4+8+16= 31 Homens e 31 Mulheres.
Note que, se qualquer uma dessas 62 pessoas não tivesse tido filhos, você não existiria. Mas qual é a probabilidade de você existir?
Vamos raciocinar: se seu pai e sua mãe tivessem, cada um, 50% de probabilidade de gerar um filho durante toda a vida, você teria 25% de chance de existir. Das quatro combinações possíveis, somente uma nos brindaria com sua presença neste mundo:
Mãe apta? Pai apto? Filho nasce?
Não Não Não
Não Sim Não
Sim Não Não
Sim Sim Sim
Fica claro que a probabilidade do filho é igual à probabilidade do pai vezes a probabilidade da mãe. Em outras palavras, 50% x 50% , que dá 0,5 x 0,5 = 0,25, ou 25%, ou 0,5 à segunda potência.
No seu caso, vamos considerar que a aptidão dos seus ancestrais para gerar vários filhos tenha sido de 100%. Eta família bem dotada! Só que para exercer esse dom, cada um deles teve que sobreviver em um mundo onde grassavam guerras e epidemias, e a mortalidade infantil era absurdamente alta. Muitas pessoas não chegavam à idade de procriar.
Mas sejamos generosos e digamos que 99% atingissem essa idade. Então, qual é a chance de que 62 pessoas chegassem a ter pelo menos um filho cada uma?
O cálculo é fácil: 0,99 elevado à 62ª. potência... o que dá 0,54, ou 54%. Parece que você escapou por pouco...
Se avançarmos só mais uma geração, suas chances diminuem para 28%. Depois, 7,8%, 0,50% - e assim vai. Melhor parar por aqui...
É claro que esse cálculo aproximado serve para todos nós. Somos todos sobreviventes, escolhidos, ganhadores.
Bem-vindo ao clube dos premiados.
(Baseado numa passagem do livro "O Mundo de Sofia", de Jostein Gaard)
Sensacional! Acabo de ler "O andar do bêbado", livro saboroso de Leonard Mlodinow, cujo subtítulo é: Como o acaso determina nossas vidas. Não podia ser mais oportuno teu texto. Abraços, JAIR.
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