domingo, 26 de setembro de 2010

Guernica


- ¡Caliente es la sangre de tus hijos, España! Calientes son los colores de tu bandera!
- Espanha! Espanha que viu nascer o gênio de um Cervantes e a intolerância de um Torquemada!
Espanha que suscitou um conquistador implacável como Cortez e um artista como Picasso!
- Dizem que o sangue latino é mais quente que o de outros povos... e que, entre os latinos, o espanhol é o mais fervente.
- É lá que brotam ritmos frenéticos, marcados pelo estalar de castanholas e por batidas de saltos, onde dançarinos garbosos disputam com dançarinas sensuais a primazia em gestos de sedução...
- Não é de admirar. O povo que ficou vários séculos sob o jugo árabe, e depois mais alguns submetido ao poder de um catolicismo radical, tinha que ter um sangue mais aquecido do que o normal. O país que nasceu de uma mistura explosiva de povos inquietos, de crenças e costumes conflitantes, com fronteiras nebulosas e instáveis, tinha que eleger, como símbolo de sua cultura, a plaza de toros - o palco onde homens e bestas se enfrentam em duelo mortal, ao qual não pode faltar o derramamento de sangue.
- Em que outro país do mundo um ditador preservou ciosamente o poder, com o intuito declarado de devolvê-lo a uma monarquia, por ele mesmo restaurada?
- A guerra civil espanhola, que levou a essa ditadura sui generis, teve como subproduto dos mais perversos o servir como palco de ensaio para as forças que se enfrentariam na Segunda Guerra Mundial. E o episódio que marcou essa pré-estréia aconteceu num vilarejo do país basco, sem qualquer importância estratégica. Seu nome: Guernica.

- Relata J. R. Gomes da Cruz:
"...a data do triste acontecimento foi 26 de abril de 1937. Aquela segunda-feira – um dia de feira com aglomeração de gente, da cidade e do campo, para intenso comércio – foi deliberadamente escolhida pela Luftwaffe (...) para causar maior número de vítimas, ou seja, terror mesmo."
- O bombardeio foi implacável. Corpos despedaçados de homens,mulheres, crianças e animais espalhavam-se pelas ruas da aldeia. O desespero reinava entre os sobreviventes, muitos deles mutilados.

- Tempos depois vinha à luz o imenso painel de Picasso.

- Steven A. Nash, sobre a obra: “Não, a pintura não é feita para a decoração de apartamentos. Ela é um instrumento de guerra ofensivo e defensivo contra o inimigo”.
- Conta-se que o genial pintor se achava fora da França no início dos anos 40, quando o país foi ocupado. Resolveu voltar e pintar seus quadros. Saíram, então, aqueles rostos de mulheres em
desespero. O general nazista da ocupação mandou chamá-lo e perguntou-lhe, mostrando alguns
desses quadros:
– “Foi o senhor que fez isso?
– Não, respondeu, prontamente, Pablo Picasso, acrescentando: foi o senhor.”

Fonte:

http://www.revistajuridicaunicoc.com.br/midia/arquivos/ArquivoID_54.pdf

4 comentários:

  1. Olá, moço querido.
    Há uma semana ajudei uma de minhas 999 sobrinhas a fazer um trabalho (pesquisa e confeccionar um cartaz)sobre a Espanha, muito me instigou e por isso gostei especialmente do seu post. Algo que me surpreendeu nessa 'viagem' foi a cerca da solidão em que as pessoas vivem por lá, a tal solidão que se sente mesmo cercado de gente. Me surpreendeu justamente por isso que falaste no teu post, pelo sangue latino, quente, imaginei que isso se refletia nas relações...

    Moço, um pequeno esclarecimento seguido de um pedido de desculpas pela minha falta de clareza no meu texto: A moça aqui faz aniversário na próxima quarta feira, dia 29 (sou do mês 09, ano 1969, nasci às 19 horas... vc conhece algum astrólogo, numerólogo, sei lá... que possa dizer se isso tem algum significado positivo? Rsrs...).

    Perdoe-me, e por favor na quarta volte lá com todo o seu carinho. É meu, não abro mão.
    Estamos combinados?

    Beijos em ti.
    Boa semana.

    ResponderExcluir
  2. - Cara Milene,
    - Eu sou o melhor numerólogo do mundo.
    - Somei o dia 29, o mês 9, o ano 1969 e a hora 19. Noves fora, UM!
    - Isso quer dizer que você é ÚNICA e MARAVILHOSA.
    - Acho que até quarta dá pra transpirar uns versinhos de pé quebrado pra você. Se for preciso, mando eles de muletinhas.
    - E não se desculpe. A confusão foi minha... eu é que peço perdão.
    - Abração.

    ResponderExcluir
  3. Barcellos,
    Olha eu de novo "colando" trecho de texto que escrevi anteriormente. Agora trata-se de minhas recordaçõe de viagem e o texto chama-se "Porto Callis e Hispania", cujo trecho abaixo, meio que se enquadra na violenta guerra espanhola de 1936: "Valeu a visita a Segóvia! De Segóvia direto para Madri! Direto, mas nem tanto! Entre as duas cidades encontra-se a serra da Galícia que no seu ponto mais alto tem mil e novecentos metros. Serra que faz parte da história da Espanha moderna, pois em 1938, durante a guerra da tomada de poder que Franco empreendeu, as tropas governistas e franquistas se engalfinharam em batalhas mortais nas suas encostas em pleno inverno. Millhares de homens morreram em decorrência do frio e das balas inimigas, foram batalhas que determinaram o curso da guerra em favor dos franquistas que queriam derrubar o governo legalmente eleito. Triste memória! Esse episódio da guerra deu azo para Ernest Heminguay escrever “Por quem os sinos dobram”, excelente livro que se converteu no filme de mesmo nome, de grande sucesso."

    ResponderExcluir
  4. Boa lembrança de um péssimo momento da humanidade!
    Durante o julgamento de Nuremberg, Herman Göering, ministro e chefe da Luftwaffe, admitiu que Guernica foi uma espécie de "laboratório" para testar a potencialidade de um bombardeio em massa. A seguir, perguntou porque o Marechal Harris, da RAF (Real Força Aérea inglesa) não estava ali, respondendo pelos bombardeios de Hamburgo e Dresden!
    Mais tarde, arranjou uma cápsula de cianeto de potássio e escapou do enforcamento...
    Outra coisa para não esquecer!
    Abraços, Barcellos!

    ResponderExcluir