segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Santo remédio

- O consumismo está com seus dias contados. A população humana vem crescendo a um ritmo alucinante, nas últimas décadas. Estamos cada vez mais sobrecarregando o bioma que nos sustenta com o consumo desregrado de recursos naturais.
- Os recursos não renováveis, como o petróleo, já acenderam a luz amarela. Mesmo os renováveis, como a água potável, correm risco de insuficiência, pois dependem de um ciclo natural, com um lapso de tempo certo, para sua renovação.
- Técnicas de reciclagem e reaproveitamento dos rejeitos industriais e domésticos podem reduzir o impacto  do excesso de demanda. Mesmo assim, medidas radicais, como o banimento do automóvel como meio de transporte urbano, terão que ser adotadas, mais cedo ou mais tarde (não é em São Paulo que isto já começou a acontecer?).
- Mas essas medidas são apenas paliativas. Nada salvará nossa civilização de um colapso se o número de bocas continuar crescendo nesse ritmo.
- Se nada fizermos, há três cenários possíveis num futuro previsível:
- 1. Guerra. Conflitos pela posse ou controle de recursos cada vez mais escassos.
- 2. Peste. Epidemias de doenças contagiosas espalhando-se pelo mundo superpovoado como um Conquistador invencível.
- 3. Fome. Pelo esgotamento de recursos alimentares.
- A Conquista, a Guerra e a Fome são três dos quatro cavaleiros do Apocalipse. O quarto é a Morte.
- E se fizermos alguma coisa? Por exemplo, frear a taxa de nascimentos?
- E como fazer isso sem apelarmos para métodos impositivos ou - pior - tratando seres humanos como foram tratados por Josef Mengele nos infames experimentos que inspiraram o romance "QB VII"?
- Estive pensando. Minha família é grande. Meus avós eram prolíficos e meus pais me deram sete irmãos.
- A média de filhos decresceu para dois, entre nós. E meus netos e sobrinhos-netos são ainda menos.
- Isso ocorreu naturalmente, por motivos diversos. Mas com certeza a pílula, aliada a um planejamento meio desleixado, foi fundamental nesse resultado. Os fatores principais foram a consciência do que fazíamos e o acesso aos meios para fazê-lo.
- É por aí. EDUCAÇÃO e INFORMAÇÃO são as chaves do futuro. Acesso livre às técnicas anticoncepcionais é também imprescindível. É preciso disseminá-las pelo terceiro mundo, pelo segundo e até em certos rincões do primeiro!
- E aos que condenam as técnicas anticoncepcionais como antinaturais ou contrárias às suas crenças, eu recomendo o consumo habitual de laranjada.
- Laranjada?!
- É. Santo remédio.
- Pera aí... antes ou depois?
- Não é antes nem depois. É em vez de...

2 comentários:

  1. Me parece que na raiz de todos os males apontados está o aumento descontrolado da densidade demográfica do planeta, que está levando o equilíbrio (e a paciência) de Gaia aos seus limites.
    Se o organismo reagir, podemos esperar mais adiante alguma medida que reduzirá drasticamente a população. Coisas tipo um vírus letal e altamente contagioso, uma guerra sangrenta, ou um aumento descontrolado da população gay!
    O que se nota é que há realmente uma redução no número de filhos por casal, mas isto está ocorrendo na razão direta do grau de instrução e da condição econômica da família. O que significa que quem mais se reproduz são justamente os menos capacitados a levar uma vida de boa qualidade. Os efeitos desta seletividade podem ser ainda piores.
    Sua matéria é um ótimo alerta!
    Abraços!

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  2. Barcellos,
    Venho insistindo que o compotamento do Homo sapiens se assemelha ao do vírus. Esse tal de vírus que, a rigor, não é sequer um célula, depende EXCLUSIVAMENTE de uma célula viva para se reproduzir e perpetuar a espécie, ou seja, sem a célula sua vida se torna inviável. E, no entanto, o que faz ele? MATA a célula da qual depende! Alguma semelhança com um tal de homem que depende do Planeta para se perpetuar? Nós somos os vírus do Planeta, não tenha dúvida.

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